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JANIO DE FREITAS
Desgoverno real
Seja qual for a sua causa, a
desvalorização imposta ao
real pelos bancos e casas de
câmbio é, antes de qualquer outra coisa, maléfica ao país. A
responsabilidade maior é, portanto, bem definida.
Ou se trata de mero movimento oportunista, e o governo, dispondo dos instrumentos do
Banco Central e da Polícia Federal, tem meios e tem o dever
constitucional de identificar os
puxadores do movimento; ou a
alta é devida a atitudes do BC
em relação à dívida externa, como já foi dito, e à compra de dólar por empresas que não conseguem prorrogar suas dívidas, e
então são problemas diretamente ligados à administração,
ou melhor, à má administração
financeira e econômica.
Embora insistindo nas causas
eleitorais, em parte para salvar
a própria face pelo tanto que
disse isso, parte da mídia já tem
admitido a participação do BC e
da dívida empresarial na origem da alta do dólar. Não deixa
de ser um avanço, mas está longe do que deve ser informado sobre o que se passa na mal denominada política cambial.
Novo tema
José Serra tem o problema de
que, além de não subir desde
agosto, desce dentro da margem
de erro. Mas não só. José Serra
tem o problema da subida de
Anthony Garotinho, que com
ele já está em situação de empate técnico, tanto na pesquisa estimulada como na declaração
espontânea do eleitor indagado.
Mas não é só.
José Serra tem um problema
que, embora pouco realçado na
mídia, provavelmente é o que
mais o dificulta neste final da
disputa. É a sua rejeição no eleitorado: além de única a subir
entre os candidatos, o faz com
velocidade superior a 10% em
apenas três semanas.
A rejeição muito alta e veloz
irradia perda de votos, mas,
ainda de maior importância para Serra, traduz-se em dificuldade de reação. No caso, reação
a Garotinho, cuja subida de cinco pontos, que representam
avanço de 50% em três semanas, insinuam algo mais.
As conversas da semana abriram-se com a inclusão de um tema novo: a possibilidade de que
Anthony Garotinho confirme
suas afirmações de que, no dia
das eleições, estará em segundo
nas pesquisas.
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