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PT SOB SUSPEITA
Vereadores defendem a investigação de contratos entre empresas de limpeza e prefeituras das capitais
Oposição quer CPI em São Paulo e no Pará
CHICO DE GOIS
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores de oposição em Belém e São Paulo defenderam ontem a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
para investigar os contratos do
empresário Romero Teixeira Niquini com as prefeituras administradas pelo PT.
Reportagem da Folha publicada domingo noticiou que Niquini, empresário do setor de transportes, herdou, em seis meses,
quase R$ 70 milhões em contratos
para serviços de limpeza em duas
capitais governadas pelo partido.
Em novembro do ano passado,
ele comprou, por R$ 3,2 milhões,
a Emparsanco Belém, que trabalha para a prefeitura da capital paraense e, com isso, ganhou um
contrato de R$ 23 milhões. Em
abril, essa empresa adquiriu, por
R$ 28,5 milhões, a Cliba Ltda., que
tem contrato de R$ 50 milhões
com a Prefeitura de São Paulo.
O presidente de empresas de
seu grupo é Willian Ali Chaim, ex-tesoureiro da campanha a deputado federal de Rui Falcão, secretário de Governo da Prefeitura de
São Paulo, e ex-assessor do presidente nacional do PT, deputado
José Dirceu.
Niquini tinha rendimento médio de R$ 2.500 mensais em 1998 e
nenhum patrimônio.
No ano passado, porém, seu patrimônio já somava mais de R$ 4
milhões, e seus rendimentos, R$
50 mil por mês.
Ricardo Montoro, líder do
PSDB na Câmara Municipal de
São Paulo, disse que hoje, durante
a reunião de sua bancada, irá discutir uma forma de investigação
dos contratos. "Nossa função é
fiscalizar."
Para ele, "a CPI é uma boa forma de investigação". Atualmente,
porém, há cinco comissões em
andamento, número máximo
permitido pelo regimento interno
da Câmara.
Montoro criticou uma CPI feita
no ano passado para apurar supostas irregularidades nas contratações de empresas de lixo.
"Aquela comissão foi uma farsa
porque o PT tinha a presidência e
não quis investigar nada."
O relatório final da CPI à qual
ele se refere acabou se tornando
um texto de elogios à prefeita
Marta Suplicy (PT).
Em Belém, o vereador Iran de
Moraes (PL), oposição ao prefeito
Edmilson Rodrigues (PT), disse
que irá entrar hoje com uma ação
na Justiça para tentar derrubar
uma liminar concedida à prefeitura dia 11 deste mês.
A liminar impediu a instalação
de uma CPI já aprovada para investigar suposta ligação entre empresas que atuam nas prefeituras
de Santo André, São Paulo e na
capital paraense.
"A alegação para impedir a instalação da CPI foi a de que não havia fato novo, mas a reportagem
demonstra que há, sim, novas
frentes a serem investigadas",
afirmou o vereador. "O assunto
deixou de ser uma questão regional e passou a ter uma dimensão
nacional por causa do envolvimento de empresas em comum
que trabalham para o PT."
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