São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Empresários vêem com reserva apoio a petista

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não apareço em programa eleitoral e ainda não defini o meu voto. Também não me parece interessante pular em bonde que está prestes a andar". A afirmação, de Carlos Tilkian, dono da Estrela, empresa de capital nacional, reflete em parte a posição dos empresários a respeito das declarações de Eugênio Staub, presidente da Gradiente, ontem na Folha.
Staub comunicou ao PT que vai votar em Luiz Inácio Lula da Silva e tornou pública a sua decisão. O empresário gravou na sexta-feira passada um depoimento que será usado no programa eleitoral de Lula. E disse que "é hora de pôr na Presidência um candidato com visão estratégica". Ontem, o empresário viajou para a Europa. Só volta na próxima semana.
Industriais ouvidos ontem "respeitam" a posição do empresário, mas não deram o menor sinal do mesmo apoio de Staub ao PT, segundo a Folha apurou.
Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), foi procurado pela Folha, mas não se manifestou sobre o tema. A federação tem se posicionado de forma isenta desde o início da campanha presidencial. Staub não participa da diretoria da Fiesp.
"Há muito empresário quebrado que acha que se Lula ganhar sua situação só vai piorar. Por isso é difícil uma mudança na visão dos industriais, mesmo com o apoio declarado de Staub", disse Sérgio Haberfeld, presidente da Dixie-Toga, uma das maiores empresas de embalagem do país.
Haberfeld vota em Lula e aceitaria aparecer no programa eleitoral do candidato petista.
Tilkian, da Estrela, tem um discurso diferente. Diz que não participaria da campanha de qualquer partido ou candidato.
Júlio de Almeida, diretor executivo do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) -instituição que Staub presidiu no ano passado- não se manifestou sobre o assunto. Na entidade, parte dos empresários já declarou posição favorável ao candidato José Serra (PSDB). (ADRIANA MATTOS)



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