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LIXO PAULISTA/OUTRO LADO
Leão e Leão volta a emitir nota, reclama de assédio e diz que ainda não teve acesso a gravações
Prefeituras negam favorecimento a empresa
DA FOLHA RIBEIRÃO
DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO
As prefeituras paulistas relacionadas pelo Ministério Público como alvos de um suposto esquema
de corrupção por parte do grupo
Leão Leão negaram irregularidades em seus procedimentos ou até
ter contratos com a empresa.
Já a Leão Leão emitiu novo comunicado. "Voltamos a registrar
nossa indignação diante da reiteração de alguns órgãos da imprensa junto a nossa assessoria de
comunicação para manifestarmo-nos sobre supostas gravações
telefônicas transcritas em quebra
de sigilo telefônico requerido e
autorizado por autoridades competentes. Até o dia de hoje, apesar
dos requerimentos aos órgãos
responsáveis pela guarda e sigilo
das alegadas transcrições, não nos
foi autorizado o direito de acesso
aos aludidos documentos", diz.
A Prefeitura de Ribeirão Preto
afirma ter dois contratos com a
empresa: um assinado em 1999,
na gestão Luiz Roberto Jábali
(PSDB), e outro em 2001, no governo Antonio Palocci (PT). "Esta
administração sempre se pautou
pelo rigor legal e pela transparência pública em seus atos. A prefeitura cumpre com zelo e regularidade o dever de colocar à disposição dos cidadãos as informações
relativas aos seus procedimentos
em todas as áreas", diz a nota da
gestão Gilberto Maggioni (PT).
Sem contrato
O prefeito de Franca, Gilmar
Dominici (PT), alega que Franca
não possui contrato com a Leão
Leão e que ele não tem contato
com membros da empresa. "Faz
muito tempo que não vejo a cara
de alguém deles, não tenho negócio com a Leão. Aliás, não tenho
negócio com empresa nenhuma."
O vice-presidente do PMDB de
São Paulo, Airton Sandoval, citado em diálogo entre executivos da
Leão Leão, confirmou ter solicitado dinheiro à empreiteira para
campanha eleitoral, mas negou
ter falado num valor e diz que o
pedido foi feito segundo a lei.
"Tem que acabar com este negócio e haver o financiamento público de campanha. Porque, se você não pede, não faz campanha.
De repente, você não sabe o que
está ocorrendo numa empresa e
acaba acontecendo isso. Fui estritamente dentro da legislação pedir recursos a uma campanha."
Sandoval afirmou ainda que
acredita que seu nome possa ter
sido citado no contexto de uma
tentativa de golpe de um funcionário contra a própria empresa.
O candidato a prefeito de Franca pelo PMDB, Marco Aurélio
Ubiali, declarou não ter conhecimento sobre doação feitas pelo
grupo Leão Leão à sua campanha,
mas disse acreditar que isso não
tenha ocorrido. "Se eles doassem
R$ 600 mil seria muito bom, mas
seria gravíssimo se fosse para receber depois em fatura da prefeitura. Mesmo porque a Prefeitura
de Franca não tem dinheiro."
Ele admitiu, porém, ter procurado a empresa. "Fui pedir doações, mas eles [a Leão Leão] estão
falando que não têm negócios em
Franca, não prestam serviço aqui
e, por isso, não tinham interesse."
A Prefeitura de Araraquara afirmou que não tem conhecimento
oficial das acusações do Ministério Público, mas que o contrato de
limpeza pública assinado com a
empreiteira foi acompanhado pelo TCE (Tribunal de Contas do
Estado) e não há irregularidades.
O prefeito de Matão, Jayme Gimenez (PSDB), declarou, por
meio de sua assessoria, que o contrato com a Leão Leão foi assinado na administração anterior e
que, se houver irregularidade,
ocorreu naquela época. O prefeito
na época era Adauto Scardoelli
(PT), que não foi encontrado.
O prefeito de Sertãozinho, José
Alberto Gimenez (PSDB), afirmou que suspendeu a ordem de
serviço para a execução do contrato com a empreiteira até que o
caso esteja resolvido. Ele nega
participação no episódio e disse
que abrirá uma sindicância interna tão logo seja comunicado oficialmente sobre as denúncias.
A assessoria da Prefeitura de Jaboticabal declarou que todos os
documentos da administração estão à disposição para demonstrar
que não existem irregularidades.
As prefeituras de São Paulo,
Barretos e Monte Alto foram procuradas pela reportagem, mas
não quiseram se manifestar.
A Prefeitura de Caçapava emitiu
nota em que afirma que não mantém contrato com a Leão Leão,
mas que a empresa "tumultua o
andamento da atual licitação para
a coleta de lixo em Caçapava, impetrando recurso que só visa atrapalhar os serviços, com pedidos
sem fundamentação jurídica".
Segundo a nota, a prefeitura da
cidade repudia "o comportamento da Leão Leão em nosso processo licitatório". "Consideramos fato demeritório o nome de nosso
prefeito [Francisco Adilson Natali, do PMDB, candidato à reeleição], que sempre demonstrou absoluto respeito à lei e ao patrimônio público, ter figurado de forma
leviana num momento tão crucial
para a vida política do país", diz.
A Leão Leão informou que tem
contrato apenas com as prefeituras de Ribeirão Preto, Araraquara, Sertãozinho, Matão e Monte
Alto e nega que haja irregularidades nos procedimentos.
(RP e RV)
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