DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

O programa eleitoral de José Serra (PSDB) é visto como ótimo ou bom por 54% dos eleitores, enquanto 45% avaliam do mesmo modo a propaganda na TV e no rádio de Marta Suplicy (PT).
Serra tem dez pontos a mais que Marta na disputa pela Prefeitura de São Paulo, com 51% a 41%. Seu programa é aprovado por 77% de seus eleitores, e apenas 2% o consideram ruim ou péssimo. A propaganda de Marta tem exatamente o mesmo grau de aprovação entre os eleitores da petista, 77%, e uma rejeição próxima, 3%.
Durante a semana que passou, a principal figura da propaganda de Marta não foi a prefeita, mas o senador Aloizio Mercadante (PT), que tentou "desconstruir" a imagem de Serra, com críticas a seus projetos e até à sua publicidade na TV. Nas inserções, muitos ataques ao vice de Serra, Gilberto Kassab, ex-secretário de Pitta.
No programa de Serra, o que predominou foram o tom emocional e respostas às acusações do PT. Para contrabalançar a ofensiva contra Kassab, os tucanos tentaram ligar o vice na chapa da prefeita, Rui Falcão, ao escândalo Waldomiro Diniz. O vice foi apresentado como "da turma" de José Dirceu, chefe de Waldomiro.

Especialista
O professor do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) Marcus Figueiredo, 62, analisou a campanha para refazer a máxima, consagrada por Duda Mendonça, de que "quem bate perde". "Se bater errado, perde", afirma Figueiredo, do núcleo de Política e Opinião Pública.
O estudioso critica a presença de Mercadante na TV, que, em sua avaliação, tem pouco efeito. "Um negócio maluco. Ela se protegendo, mas o eleitor está ali disposto a pensar, a ouvir o que a candidata tem a dizer. É inócuo."
Na sua opinião, a tática de ataque a Kassab também não deve surtir muito efeito. "O eleitor entende como jogo da política. Não é isso que vai aumentar voto, só se pegar em um ponto nevrálgico."
Figueiredo afirma, no entanto, que a propaganda ainda pode mudar o jogo. "Dez pontos não é muita diferença. É óbvio que a tendência está pró-Serra, mas, se a Marta crescer até a véspera do debate, o debate pode virar um trampolim. A dinâmica dos próximos dias é crucial." (PDL e FM)


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