CPI apura relação de legista com assaltante
free-lance para a Folha Campinas
A CPI do Narcotráfico está investigando uma possível ligação
do médico-legista Fortunato Antônio Badan Palhares com o assaltante preso Nilton Edson Oliveira,
o Costelinha, de Campinas, condenado por roubo de cargas.
Segundo a CPI, Oliveira teria
encomendado um exame de
DNA feito por Badan Palhares.
O deputado federal Pompeo de
Mattos (PDT-RS), sub-relator da
CPI, disse que a Polícia Civil de
Joinville (SC) suspeita que Badan
Palhares tenha sido contratado,
em 97, pelo assaltante para identificar quem era o assassino de sua
filha, Hellen Andrade de Oliveira,
16. Hellen morava em Joinville
com a mãe, depois de se mudar de
Campinas por causa de ameaças
da antiga quadrilha a que o pai
pertencia.
Pompeo de Mattos afirmou que
Oliveira estava sendo procurado
por sua quadrilha após ter se
apropriado de um dinheiro que
pertencia ao grupo.
Em 97, Hellen foi estuprada e
depois assassinada. Segundo o relato do deputado, uma semana
após a morte da adolescente, Badan teria comparecido à polícia
de Joinville e se apresentado como amigo da família.
O legista teria pedido autorização para colher provas que identificassem o DNA do assassino.
O resultado do exame nunca foi
apresentado à polícia, afirmou
Pompeo de Mattos. Uma semana
após a volta de Badan para Campinas, a polícia local encontrou o
corpo de Medino Mendes Ferreira, apontado como ex-comparsa
de Oliveira na quadrilha.
A suspeita é que ele tenha sido o
estuprador da adolescente.
Segundo as investigações da polícia de Campinas, Ferreira foi
torturado antes da morte.
Outro lado
A advogada de Badan, Tereza
Dóro, disse que o legista apresentará sua defesa no depoimento
que prestará à CPI do Narcotráfico em Brasília.
A advogada afirmou que toda a
documentação referente ao caso
de Santa Catarina será entregue à
comissão. "Badan nunca vendeu
nenhum tipo de laudo e toda documentação que comprova isso
estará sendo entregue à CPI", afirmou Tereza.
(RICARDO BRANDT)
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