CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

A indústria paulista está dividia em relação à reforma tributária. As grandes empresas, agrupadas na Fiesp, apóiam a proposta de Mussa Demes (PFL-PI), aprovada ontem por comissão da Câmara. As micro e pequenas indústrias reunidas no Simpi rejeitam o texto e defendem o imposto sobre operações financeiras do deputado Marcos Cintra (PL-SP).
"A aprovação do relatório de Mussa Demes é uma boa notícia", diz Roberto Jeha, vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e coordenador do grupo de política industrial da entidade.
"O projeto aumenta a carga tributária e onera as pequenas empresas", sustenta Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria).
Segundo Jeha, a proposta de Demes não é a "ideal", mas foi considerada a melhor entre as alternativas apresentadas. Na opinião da Fiesp, a principal qualidade do projeto é a redução da carga tributária que incide sobre o setor produtivo.
Mas o vice-presidente da Fiesp criticou a possibilidade de União arcar com incentivos fiscais concedidos pelos Estados, também aprovada ontem. "Isso é um absurdo", afirmou.
Os empresários gaúchos criticaram o substitutivo de Demes (PFL-PI), definindo-o como "ruim" por não reduzir a carga tributária. "É um projeto que não muda nada", disse o porta-voz da União Empresarial, José Américo Machado, representando entidades como a Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.