São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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MEMÓRIA

Verticalização foi decretada por TSE com aval de FHC

DA REDAÇÃO

A verticalização das coligações eleitorais, que impede os partidos de se coligarem nos Estados com adversários no plano nacional, teve origem em uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral feita pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) em agosto de 2001, a partir da Lei Eleitoral de 1997, que não era clara sobre o assunto.
A decisão veio meses depois, já em fevereiro do ano eleitoral de 2002. O TSE decidiu que a verticalização valeria já a partir daquelas eleições. A decisão teve o aval do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que articulou pelo resultado com o então presidente do TSE, Nelson Jobim, e com o então advogado-geral da União e hoje também ministro do STF, Gilmar Mendes.
FHC acreditava que a verticalização poderia trazer para o palanque de seu candidato, José Serra, o PMDB e o PFL, que faziam parte da base de seu governo, e dificultar a aliança do PL com o PT de seu rival Luiz Inácio Lula da Silva.
Só que, no mês seguinte, Serra foi acusado pelo PFL de ter influenciado a investigação da Polícia Federal que achou R$ 1,34 milhão no escritório do marido da pré-candidata pefelista à Presidência, Roseana Sarney. O PFL acabou deixando o governo FHC e apoiando informalmente Ciro Gomes, então no PPS, para presidente. O fato de não ter se coligado a nenhum partido nacionalmente permitiu, que o PFL compusesse chapa em São Paulo com o PSDB, enquanto enfrentava o partido, por exemplo, no Espírito Santo.
A aliança com o PMDB, porém, se concretizou, com Rita Camata como vice na chapa de Serra.
Já o PT conseguiu o apoio do PL, mas o preço foi caro: R$ 10 milhões, segundo o próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A argumentação do PL era que a aliança com o PT dificultava que o partido alcançasse os 5% na Câmara que lhe dariam o direito ao Fundo Partidário -o que só foi obtido com a incorporação de dois partidos nanicos pela sigla.


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