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MEMÓRIA
Verticalização foi decretada por TSE com aval de FHC
DA REDAÇÃO
A verticalização das coligações eleitorais, que impede os partidos de se coligarem nos Estados com adversários no plano nacional, teve origem em uma consulta
ao Tribunal Superior Eleitoral feita pelo deputado Miro
Teixeira (PDT-RJ) em agosto de 2001, a partir da Lei
Eleitoral de 1997, que não era
clara sobre o assunto.
A decisão veio meses depois, já em fevereiro do ano
eleitoral de 2002. O TSE decidiu que a verticalização valeria já a partir daquelas eleições. A decisão teve o aval do
então presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB),
que articulou pelo resultado
com o então presidente do
TSE, Nelson Jobim, e com o
então advogado-geral da
União e hoje também ministro do STF, Gilmar Mendes.
FHC acreditava que a verticalização poderia trazer
para o palanque de seu candidato, José Serra, o PMDB e
o PFL, que faziam parte da
base de seu governo, e dificultar a aliança do PL com o
PT de seu rival Luiz Inácio
Lula da Silva.
Só que, no mês seguinte,
Serra foi acusado pelo PFL
de ter influenciado a investigação da Polícia Federal que
achou R$ 1,34 milhão no escritório do marido da pré-candidata pefelista à Presidência, Roseana Sarney. O
PFL acabou deixando o governo FHC e apoiando informalmente Ciro Gomes,
então no PPS, para presidente. O fato de não ter se coligado a nenhum partido nacionalmente permitiu, que o
PFL compusesse chapa em
São Paulo com o PSDB, enquanto enfrentava o partido,
por exemplo, no Espírito
Santo.
A aliança com o PMDB,
porém, se concretizou, com
Rita Camata como vice na
chapa de Serra.
Já o PT conseguiu o apoio
do PL, mas o preço foi caro:
R$ 10 milhões, segundo o
próprio presidente do PL,
Valdemar Costa Neto. A argumentação do PL era que a
aliança com o PT dificultava
que o partido alcançasse os
5% na Câmara que lhe dariam o direito ao Fundo Partidário -o que só foi obtido
com a incorporação de dois
partidos nanicos pela sigla.
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