São Paulo, sexta, 25 de abril de 1997.

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Sem-terra mantêm 9 reféns

da Agência Folha, em Recife

Os trabalhadores rurais sem terra, que há oito dias ocupam a sede do Incra em Recife (PE), mantiveram ontem como reféns, por nove horas, nove funcionários do órgão, entre eles o superintendente-adjunto Constantino Ponzo.
A ação dos sem-terra começou às 10h30, quando 25 servidores participavam de uma reunião para discutir as reivindicações dos lavradores. ``Houve um corre-corre e percebi que não poderíamos mais sair'', disse Ponzo.
A porta do prédio em que estavam foi trancada e os portões de entrada, fechados com correntes e cadeados. Munidos de foices, facões e pedaços de pau, os camponeses passaram a controlar a entrada e saída de pessoas do local.
Às 11h, os reféns foram autorizados a trocar as salas onde estavam pelo pátio. Duas horas mais tarde, 16 deles foram libertados, com autorização do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que coordena a invasão.
Os nove servidores considerados ``mais influentes'' pelos líderes sem-terra -entre eles, o superintendente-adjunto- permaneceram detidos até as 19h30, quando os lavradores aceitaram proposta feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Em troca da libertação, disse o líder do MST no Estado, Jaime Amorim, o Incra se comprometeu a agilizar a nomeação do novo superintendente, principal reivindicação dos colonos. Prometeu também vistoriar 13 áreas no Estado.

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