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Sem-terra mantêm 9 reféns
da Agência Folha, em Recife
Os trabalhadores rurais sem terra, que há oito dias ocupam a sede
do Incra em Recife (PE), mantiveram ontem como reféns, por nove
horas, nove funcionários do órgão, entre eles o superintendente-adjunto Constantino Ponzo.
A ação dos sem-terra começou
às 10h30, quando 25 servidores
participavam de uma reunião para
discutir as reivindicações dos lavradores. ``Houve um corre-corre
e percebi que não poderíamos
mais sair'', disse Ponzo.
A porta do prédio em que estavam foi trancada e os portões de
entrada, fechados com correntes e
cadeados. Munidos de foices, facões e pedaços de pau, os camponeses passaram a controlar a entrada e saída de pessoas do local.
Às 11h, os reféns foram autorizados a trocar as salas onde estavam
pelo pátio. Duas horas mais tarde,
16 deles foram libertados, com autorização do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), que coordena a invasão.
Os nove servidores considerados
``mais influentes'' pelos líderes
sem-terra -entre eles, o superintendente-adjunto- permaneceram detidos até as 19h30, quando
os lavradores aceitaram proposta
feita pelo Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária).
Em troca da libertação, disse o
líder do MST no Estado, Jaime
Amorim, o Incra se comprometeu
a agilizar a nomeação do novo superintendente, principal reivindicação dos colonos. Prometeu também vistoriar 13 áreas no Estado.
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