São Paulo, sexta, 25 de abril de 1997.

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FORÇAS ARMADAS

Exército revê doutrina para a Amazônia

RICARDO BONALUME NETO
enviado especial ao Rio

O Exército brasileiro está dando os retoques finais em uma nova doutrina de emprego de forças militares na região que hoje é sua prioridade: a Amazônia. A chamada Doutrina Gama para operações na selva procura fechar uma lacuna tática e estratégica nas concepções de guerra na região, contra inimigos externos ou internos.
Nos últimos anos, com as pressões internacionais sobre o Brasil se avolumando com a divulgação dos índices de destruição da floresta amazônica, o Exército despertou para a fraqueza da defesa militar da região, e está agora reforçando o efetivo local.
A doutrina complementa aquilo que já existe no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs). ``O Cigs nasceu de baixo para cima'', disse ontem em uma palestra no Rio o general Roberto Jugurtha Câmara Senna. "Agora estamos introduzindo uma concepção estratégica e tática'', disse ele, durante a Latin America Defentech, feira internacional de material bélico realizada no Riocentro.

Ação das unidades
Ou seja, o Cigs se concentrou em treinar o combatente individual para sobreviver e combater na selva, mas não se preocupou em definir como seria o modo de ação de suas grandes unidades -divisões, brigadas, batalhões etc.
O Exército tem quatro brigadas (unidades variando entre 2.000 a 5.000 homens cada) na região, e pretende aumentar esse número, transferindo-as do Sul e Sudeste.
Outra prioridade local é completar uma base aérea própria em Manaus. Hoje a Aviação do Exército, outra prioridade de desenvolvimento nos próximos anos, utiliza as instalações da FAB. Os helicópteros do Exército são peça fundamental na movimentação de tropas na extensa região.

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