|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na Argentina,
adoção ilegal leva
militares à prisão
CLÁUDIA TREVISAN
EDITORA-ADJUNTA DE BRASIL
O rapto de filhos de desaparecidos políticos e sua
adoção irregular por militares ou pessoas ligadas a eles
mantêm presas na Argentina cerca de dez pessoas, entre as quais Jorge Rafael Videla, o general que presidiu
o país de 76 a 81, no maior
período do regime militar
que terminou em 83.
A apropriação indevida
dos filhos de pessoas que
morreram durante a repressão não está entre os crimes
anistiados ou indultados pelos ex-presidentes Raúl Alfonsin e Carlos Menem.
Além de Videla, está detido
Reinaldo Bignone, o último
general a dirigir o país.
Também estão presos militares de patentes mais baixas e civis que colaboraram
com o sequestro dos menores. A identificação dos filhos de desaparecidos é a
principal missão das Avós
da Praça de Maio, que dizem
já ter encontrado 75 pessoas
que teriam sido raptadas
quando crianças e criadas
como filhos por famílias de
militares ou ligadas a eles.
Hoje com mais de 20 anos,
os filhos de desaparecidos
vivem um dos maiores dramas pessoais do país: descobrir que foram criados pelos
assassinos ou cúmplices dos
assassinos de seus pais.
Rosa Roisinblit, vice-presidente da Avós da Praça de
Maio, afirma que a entidade
conseguiu convencer o Judiciário de que o rapto dos filhos de desaparecidos era
uma prática sistemática -e
não um crime isolado-, o
que permitiu a punição dos
responsáveis. No primeiro
julgamento dos militares,
em 85, a tese não foi aceita.
Texto Anterior: Regime militar: Militar pode ter adotado filho de um guerrilheiro Próximo Texto: PT sob suspeita: Defesa de acusado admite depósitos Índice
|