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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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Na Argentina, adoção ilegal leva militares à prisão

CLÁUDIA TREVISAN
EDITORA-ADJUNTA DE BRASIL

O rapto de filhos de desaparecidos políticos e sua adoção irregular por militares ou pessoas ligadas a eles mantêm presas na Argentina cerca de dez pessoas, entre as quais Jorge Rafael Videla, o general que presidiu o país de 76 a 81, no maior período do regime militar que terminou em 83.
A apropriação indevida dos filhos de pessoas que morreram durante a repressão não está entre os crimes anistiados ou indultados pelos ex-presidentes Raúl Alfonsin e Carlos Menem. Além de Videla, está detido Reinaldo Bignone, o último general a dirigir o país.
Também estão presos militares de patentes mais baixas e civis que colaboraram com o sequestro dos menores. A identificação dos filhos de desaparecidos é a principal missão das Avós da Praça de Maio, que dizem já ter encontrado 75 pessoas que teriam sido raptadas quando crianças e criadas como filhos por famílias de militares ou ligadas a eles.
Hoje com mais de 20 anos, os filhos de desaparecidos vivem um dos maiores dramas pessoais do país: descobrir que foram criados pelos assassinos ou cúmplices dos assassinos de seus pais.
Rosa Roisinblit, vice-presidente da Avós da Praça de Maio, afirma que a entidade conseguiu convencer o Judiciário de que o rapto dos filhos de desaparecidos era uma prática sistemática -e não um crime isolado-, o que permitiu a punição dos responsáveis. No primeiro julgamento dos militares, em 85, a tese não foi aceita.


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