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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Paes ficaria na presidência do partido desde que não fosse apresentada tese de candidatura própria
Ministros negociam acordo com o PMDB
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
A cúpula do
PMDB negocia
um acordo para
atender os interesses dos governistas e dos
dissidentes. O
acordo passa pela manutenção de
Paes de Andrade (CE) na presidência do partido, desde que a
proposta de candidatura própria à
Presidência não seja discutida na
convenção de junho.
O acordo foi discutido ontem de
manhã entre Paes e os ministros
Renan Calheiros (Justiça) e Eliseu
Padilha (Transportes). A idéia é
evitar o confronto entre governistas e dissidentes na reunião do
conselho político, marcada para a
próxima quarta-feira.
Pelo acordo, Paes dividirá poderes com uma comissão que será
criada para fazer a interlocução do
PMDB com o governo e para participar das negociações com os
partidos aliados na campanha do
presidente FHC.
A Folha apurou que, como consequência desse acordo, a ala governista fará tratativas para garantir a reeleição de Paes como deputado federal pelo Ceará.
Os governistas lançarão o nome
de Eunício Lopes de Oliveira para
o cargo de vice-governador na
chapa do PSDB, abrindo caminho
para Paes.
Genro de Paes, Eunício é candidato declarado a deputado federal,
com eleição praticamente assegurada, segundo avaliação de parlamentares cearenses.
A condição para que Paes não
seja destituído da presidência é
que ele concorde em não discutir
candidatura própria na convenção
de junho, quando oficialmente o
partido decidirá o seu candidato a
presidente da República.
"A convenção de junho servirá para homologar a decisão da
convenção de março", afirmou o
deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A convenção de 8 de março decidiu que o PMDB não terá candidato próprio à Presidência, reforçando a proposta de apoio à candidatura de FHC. Essa decisão só tem
valor se for confirmada na convenção de junho.
Paes disse que vai cumprir a decisão da convenção de março, mas
que não pode impedir o lançamento de candidatura própria em
junho. "Tudo vai depender dos
postulantes", disse Paes.
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