São Paulo, quarta, 25 de junho de 1997.



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PRIVATIZAÇÕES
Almirante Henrique Saboya está na lista de 57 afastados
Ex-ministro da Marinha é um dos demitidos da Vale

FERNANDO PAULINO NETO
da Sucursal do Rio

O almirante Henrique Saboya, 71, ministro da Marinha entre 1985 e 1990 (governo José Sarney), e presidente da Docenave, subsidiária da Vale do Rio Doce, disse que já foi comunicado pela direção da Vale que será demitido.
Saboya, que é presidente da empresa desde 93, disse ter sido convidado para trabalhar na Vale pelo presidente Itamar Franco. Ele permaneceu no cargo no governo Fernando Henrique Cardoso. "Já fui informado de que não serei reconduzido", disse.
A Vale vai demitir 57 diretores e membros de conselhos de administração e fiscal que não são funcionários de carreira da empresa.
Segundo a Folha apurou, oito dos nove diretores que estão nessa situação já foram avisados.
A exceção é o ex-deputado federal Ziza Valadares (PSDB-MG), presidente da Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira), que está em viagem aos Estados Unidos e deve retornar na sexta-feira. Ele assumiu em 93 (governo Itamar).
Saboya disse que, ao deixar a empresa, vai "trabalhar no banco Soares Marinho" (um jogo de palavras com "só ares marinhos", para dizer que vai se aposentar e passar os dias na praia). Ele disse que deixará o cargo em julho.
Dois outros diretores da Docenave serão demitidos pelo mesmo motivo: o diretor administrativo Daílson Laranja e o diretor de sistemas Antônio Sérgio Lima Braga, ambos admitidos em 96. Eles não foram encontrados pela Folha.
Os outros cinco diretores indicados politicamente que serão afastados são da Florestas Rio Doce. Entre eles, está o diretor de patrimônio, Geraldo Resende, irmão de Eliseu Resende, ex-ministro dos Transportes e Fazenda.
Os outros são Felipe Neri (diretor jurídico), Carlos Megalli (diretor de recursos humanos), José Carlos da Silva Costa (diretor industrial) e Marcos Wellington de Castro Tito (vice-presidente).
Resende, Neri, Megalli e Costa não foram localizados. Tito disse ser funcionário de carreira e que "formalmente" não teve "sinal nesse sentido" (da demissão).



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