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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CPI
Repercussão negativa do acordo com o governo leva PFL a propor instalação da comissão de inquérito a partir de 1º de agosto
Oposição recua e agora quer CPI dos Bingos
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois do protesto do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e a repercussão negativa no Congresso, a oposição
disse que não houve acordo para
"enterrar" a CPI dos Bingos no
Senado e agora quer a instalação
da comissão a partir de 1º de agosto. A data será decidida na terça.
Anteontem, governo e oposição
selaram um entendimento de que
o momento não era oportuno para retomar o caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil flagrado em vídeo oferecendo propina para um empresário.
A CPI não havia sido instalada
porque os líderes da base aliada e
o então presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) não indicaram os integrantes. A oposição
recorreu no STF e ganhou.
Pela manhã, no plenário, Renan
Calheiros negou a existência do
acordo e se queixou do constrangimento perante o Supremo Tribunal Federal, que ordenou a indicação dos membros para viabilizar a instalação da comissão. O
líder da minoria, senador José
Jorge (PFL-PE), foi à tribuna negar o acordo: "Eu que entrei no
Supremo, acham que depois vou
fazer acordo para não ter CPI?"
Anteontem ele também havia
manifestado preocupação com o
excesso de CPIs no Congresso.
Renan Calheiros reclamou do
recuo da oposição. "Não tem sentido líderes entrarem no STF contra a decisão da mesa e depois fazer um acordo para que a CPI não
aconteça. Se é assim tem que retirar as assinaturas do requerimento, tem que assumir isso politicamente", disse. "Da forma que está, a instituição fica exposta. Se há
acordo, quero saber", cobrou.
No final do dia, o PFL soltou
uma nota, falando também em
nome do PSDB, defendendo a
instalação da CPI dos Bingos a
partir de 1º de agosto. "Exigiremos a instalação da CPI dos Bingos a partir de 1º de agosto ou tão
logo encerre suas atividades a primeira das CPIs em funcionamento. É nossa decisão, já pactuada
com a liderança do PSDB", diz a
nota de José Agripino (PFL-RN).
"Em nenhum momento dissemos que as CPIs não seriam feitas,
apenas falamos da inoportunidade de fazê-las imediatamente",
disse Aloizio Mercadante (PT-SP), que afirmou que o regimento
não comporta o funcionamento
de tantas CPIs. Renan o interrompeu: "A decisão é política, o impedimento não é regimental".
Isolado, o líder tucano Arthur
Virgílio (PSDB-AM) disse: "Não
houve abafa. Entendi que houve
simpatia à idéia de que seria coisa
demais instalar a CPI agora".
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