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Militar exalta tortura e ataca Genoino no plenário da Câmara
A AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A pedido de Jair Bolsonaro
(PP-RJ), a Câmara realizou sessão solene em homenagem aos
militares mortos no combate à
guerrilha do Araguaia (1972-1974) marcada por uma série
de ataques ao presidente do PT,
José Genoino, e ao governo.
O plenário foi ocupado por
cerca de 200 pessoas.
Ao lado do filho Flávio, que é
deputado estadual no Rio, Bolsonaro conduziu a sessão, basicamente tomada pelo depoimento do militar da reserva Lício Augusto Ribeiro, que chorou duas vezes na tribuna ao
contar como prendeu Genoino
e detalhar as operações contra
os guerrilheiros do PC do B na
região que hoje divide Tocantins, Pará e Maranhão.
Ribeiro liderou o grupo que
matou o guerrilheiro Zé Carlos,
codinome de André Grabois,
filho de Maurício Grabois, o
mais alto comandante comunista em campo na época.
O ápice do pronunciamento
aconteceu quando o militar
afirmou se arrepender de "não
ter dado uma bolacha" em Genoino, que, disse, entregou os
companheiros da guerrilha
sem ser torturado.
"Genoino, olha no meu olho.
Eu te prendi na mata e não toquei num fio de cabelo seu.
Não te demos uma bolacha,
coisa de que me arrependo hoje", disse, sob aplausos.
O presidente do PT disse ontem, na sede do PT, em São
Paulo, que a sessão "foi um ato
revanchista" e negou que tenha
dado aos militares informações
sobre os guerrilheiros na selva.
Também negou conhecer os
torturadores e interrogadores.
"Quando eu era torturado, era
com capuz. E um capuz que tinha um elástico no pescoço."
"No pau de arara, no choque
elétrico, em todas aqueles suplícios, as paredes revestidas de
eucatex não transmitiam para
ninguém que eu não forneci
nenhuma informação que prejudicasse a guerrilha", disse.
Genoino completou dizendo
que "quem defende a tortura,
ou ela mata fisicamente ou psicologicamente. Nenhuma das
duas aconteceu comigo".
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