São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

PSDB define hoje se terá chapa "puro-Serra" em SP

Sem PMDB, candidato quer aliado tucano como vice ao governo de São Paulo

Em evento do PTB ontem, ex-prefeito não pediu votos para Alckmin e abriu uma nova crise com o grupo do presidenciável do partido

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA

DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB oficializa hoje o nome de José Serra como candidato ao governo de São Paulo em meio a uma nova crise entre o grupo do ex-prefeito, que trabalha para indicar o candidato a vice, e o do presidenciável do partido, Geraldo Alckmin.
Sem o apoio do PMDB, a convenção discute hoje na capital paulista se homologa um tucano como vice de Serra ou se deixa a vaga aberta em busca de uma composição mais ampla.
Os nomes à disposição do partido são os dos deputados federais Alberto Goldman, Arnaldo Madeira e Mendes Thame e o do deputado estadual Sidney Beraldo.
Em maior ou menor grau, os quatro são ligados a Serra. Diante do impasse e ainda sonhando com o PMDB, a convenção deverá apenas oficializar Serra e deixar em aberto até o dia 30 -prazo da Justiça Eleitoral- a vaga de vice (leia texto nesta página).
Nos bastidores, o grupo de Alckmin diz que a "chapa puro-sangue" poderá representar apenas uma corrente do PSDB, a "serrista", e que o ex-governador ainda não foi consultado.
Para agravar a tensão, Serra não pediu votos para a candidatura Alckmin a presidente ao discursar ontem na convenção que selou o apoio do PTB ao tucano, na Assembléia paulista.
Serra preferiu agradecer o apoio de petebistas e do PFL e enfatizar que, caso eleito, usará "todo o peso" de São Paulo para que o Brasil tenha um projeto de desenvolvimento.
Comportamento semelhante teve o governador Cláudio Lembo (PFL), sucessor de Alckmin, que centrou sua fala nos elogios a Serra. "São Paulo precisa ficar com os melhores, e Serra é melhor do que eu."
Segundo a Folha apurou, Geraldo Alckmin reclamou da omissão e disse temer ficar "isolado" em São Paulo.
Coordenador político da campanha de Serra, o secretário municipal Aloysio Nunes Ferreira lembrou que o PTB não tem candidato à Presidência. "Foi respeito ao PTB. Mas Serra vai fazer campanha conjunta com Alckmin."
Em março, Serra perdeu a disputa interna do PSDB para Alckmin, que ganhou o direito de concorrer ao Planalto. Dias depois, o tucano decidiu deixar a prefeitura para concorrer ao governo do Estado.
"Sou um militante político, estou à disposição do partido. Aceito a escalação que o técnico [Serra] determinar", disse Goldman ontem.
Ao deixar a convenção do PTB, Serra se limitou a dizer que as "coisas caminham na direção" da chapa puro-sangue.
Já o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL) foi direto: "Ficaremos com a vaga do Senado, o vice será tucano".


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