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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
PSDB define hoje se terá chapa "puro-Serra" em SP
Sem PMDB, candidato quer aliado tucano como vice ao governo de São Paulo
Em evento do PTB ontem, ex-prefeito não pediu votos para Alckmin e abriu uma nova crise com o grupo do presidenciável do partido
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB oficializa hoje o nome de José Serra como candidato ao governo de São Paulo
em meio a uma nova crise entre
o grupo do ex-prefeito, que trabalha para indicar o candidato
a vice, e o do presidenciável do
partido, Geraldo Alckmin.
Sem o apoio do PMDB, a convenção discute hoje na capital
paulista se homologa um tucano como vice de Serra ou se deixa a vaga aberta em busca de
uma composição mais ampla.
Os nomes à disposição do
partido são os dos deputados
federais Alberto Goldman, Arnaldo Madeira e Mendes Thame e o do deputado estadual
Sidney Beraldo.
Em maior ou menor grau, os
quatro são ligados a Serra.
Diante do impasse e ainda sonhando com o PMDB, a convenção deverá apenas oficializar Serra e deixar em aberto até
o dia 30 -prazo da Justiça Eleitoral- a vaga de vice (leia texto
nesta página).
Nos bastidores, o grupo de
Alckmin diz que a "chapa puro-sangue" poderá representar
apenas uma corrente do PSDB,
a "serrista", e que o ex-governador ainda não foi consultado.
Para agravar a tensão, Serra
não pediu votos para a candidatura Alckmin a presidente ao
discursar ontem na convenção
que selou o apoio do PTB ao tucano, na Assembléia paulista.
Serra preferiu agradecer o
apoio de petebistas e do PFL e
enfatizar que, caso eleito, usará
"todo o peso" de São Paulo para
que o Brasil tenha um projeto
de desenvolvimento.
Comportamento semelhante
teve o governador Cláudio
Lembo (PFL), sucessor de
Alckmin, que centrou sua fala
nos elogios a Serra. "São Paulo
precisa ficar com os melhores, e
Serra é melhor do que eu."
Segundo a Folha apurou, Geraldo Alckmin reclamou da
omissão e disse temer ficar
"isolado" em São Paulo.
Coordenador político da
campanha de Serra, o secretário municipal Aloysio Nunes
Ferreira lembrou que o PTB
não tem candidato à Presidência. "Foi respeito ao PTB. Mas
Serra vai fazer campanha conjunta com Alckmin."
Em março, Serra perdeu a
disputa interna do PSDB para
Alckmin, que ganhou o direito
de concorrer ao Planalto. Dias
depois, o tucano decidiu deixar
a prefeitura para concorrer ao
governo do Estado.
"Sou um militante político,
estou à disposição do partido.
Aceito a escalação que o técnico [Serra] determinar", disse
Goldman ontem.
Ao deixar a convenção do
PTB, Serra se limitou a dizer
que as "coisas caminham na direção" da chapa puro-sangue.
Já o prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab (PFL) foi direto: "Ficaremos com a vaga do
Senado, o vice será tucano".
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