São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002

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TV

Emissoras perderam 952 mil casas

Horário eleitoral faz cair ibope das redes

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A "novela" protagonizada por Lula, Ciro, Serra e Garotinho no horário eleitoral derrubou o ibope das emissoras de televisão. Quando a propaganda política estreou, na terça-feira, os canais perderam audiência em 952 mil domicílios na Grande São Paulo.
Na véspera do primeiro capítulo da saga eleitoral, os canais da TV aberta somaram 72 pontos de audiência, das 20h30 às 21h20 (horário cedido à propaganda política). Na terça, o ibope caiu para 52 pontos, mesmo com as fortes cenas da estréia, em que Serra mostrou um vídeo de Ciro chamando um eleitor de "burro". Cada ponto equivale a 47,6 mil domicílios na Grande SP, o que representa a queda de 952 mil casas.
Quando a trama mudou de "personagens", na quarta, com Maluf e cia., o ibope subiu um pouco, para 52. Mas, na quinta, no segundo capítulo da "novela" dos presidenciáveis, caiu para 47.
Na edição da tarde, das 13h às 13h50, quando o número de TVs ligadas é menor que no horário nobre, as emissoras abertas perderam audiência em 618,8 mil domicílios na Grande São Paulo.
Antes da estréia, na segunda-feira, registraram 39 pontos no Ibope. Na terça, com o horário político dos presidenciáveis, a audiência caiu para 26. Na quarta-feira, com candidatos ao governo, o número se manteve, mas a continuação da "novela" do Planalto, na quinta, chegou a 22 pontos.
Os políticos também estão prejudicando a programação normal. "Esperança" (novela das oito da Globo), por exemplo, caiu de 46 pontos de média, na segunda-feira, para 39 na terça, quando foi exibida após o horário eleitoral.
Além da perda de audiência, o perfil dos telespectadores também mudou com a propaganda política. À noite, as mulheres -público mais forte das novelas- passaram a ver menos TV e os homens mostraram mais interesse pelo "enredo" das eleições.
A porcentagem de telespectadoras passou de 60,3 (na segunda) para 58,4 (terça) e a de telespectadores, de 39,7 para 41,6.
A classe AB, com maior acesso à TV paga, foi a que mais fugiu dos políticos, percentualmente. Sua participação na audiência do horário reduziu. A presença da classe C subiu, e a da DE não mudou.
Nas próximas semanas, a tendência é que o ibope dos políticos caia mais. Só deve subir com a emoção dos capítulos finais.


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