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Guerra fiscal se agravou, diz Aécio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), afirmou ontem que alguns Estados estão aliciando com incentivos fiscais empresas que estão em vias de se instalarem em território mineiro e
empresas já instaladas no Estado.
Essa guerra fiscal, segundo ele,
está ocorrendo por conta do texto
da reforma tributária, que fixou
prazo para novos incentivos até
30 de setembro. Ele quer que isso
seja modificado e que o prazo limite seja retroativo a junho.
Aécio, que classificou de "farra
fiscal" o que está acontecendo no
país, não quis apontar os Estados
aliciadores nem as empresas que
estariam sendo seduzidas. Um
Estado que está agilizando a criação de mais incentivos é o Rio.
Aécio disse que algumas propostas sedutoras chegam até por
escrito. Se nada for feito, disse que
Minas terá de conceder "incentivos extras" para as empresas: "Há
um número enorme de empresas
localizadas no nosso Estado que
está sendo assediado com propostas por escrito de outros governos, e algumas [empresas],
que já com suas definições praticamente tomadas para que venham para Minas, estão agora nos
cobrando as mesmas condições
apresentadas por esses Estados".
"Temos uma relação de 148 empresas que estão vindo para o Estado ou com potencial de vir para
Minas e mais de 90 que estão instaladas em Minas e com ofertas
sedutoras para saírem do Estado." Ele ameaçou: "Nós estamos
analisando caso a caso. Eu não
sou estimulador da guerra fiscal,
mas não aceitarei passivamente
que deixem Minas empresas que
geram renda e geram emprego".
Aécio classificou a situação como "uma ação extremamente
perversa para com o país, a partir
de um equívoco constante da proposta de reforma tributária". Disse já ter alertado o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que estaria
também preocupado com isso.
"É muito mais racional que nós
homologuemos os incentivos dados, por exemplo, até o mês de junho, do que estimularmos essa
verdadeira farra fiscal que está
sendo feita no país, comprometendo inclusive o mandato de futuros governantes, e, desde já, a
população desses Estados."
Aécio fez um apelo aos seus colegas para que não promovam
disputas regionais, sob pena de
todos os Estados perderem. Disse
que enquanto os Estados estiveram unidos, obtiveram ganhos.
Exemplificou com a Cide.
Aécio também criticou a proposta de retirar Minas do Fundo
de Desenvolvimento Regional
por pressões de Estados do Norte
e do Nordeste. "Desde que Juscelino Kubitschek, em 1959, criou a
Sudene, o polígono da seca [em
Minas] faz parte da Sudene. E a
história não se refaz."
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