São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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CONGRESSO

Deputados receberiam verba para votar em favor de projetos do governo

Câmara vai apurar suposto "mensalão"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), determinou ontem a abertura de investigação pela Corregedoria da Casa para apurar um suposto esquema de pagamento de "mensalidades" a deputados para que eles votassem a favor de projetos de interesse do governo.
O esquema, que teria o nome de "mensalão", foi noticiado em reportagem do "Jornal do Brasil" de ontem. O principal político que sustenta as afirmações da reportagem, porém, desmentiu o jornal, dizendo que "são falsas" as referências atribuídas a ele.
Miro Teixeira (PPS-RJ), ex-líder do governo na Câmara, deixou o cargo, segundo o "JB", por discordar do "mensalão". O deputado confirmou à Folha ter ouvido de deputados relatos imprecisos sobre o suposto esquema, sem apresentação de provas, procedimentos ou nomes.
"Existe uma apreensão por parte de alguns deputados que escutam rumores, mas, assim como eu, no dia em que tiverem provas de tal rumores, devem ir à tribuna da Casa denunciar", afirmou Miro, que minimizou o fato de ter ouvido falar sobre a história. "Já ouvi falar de tudo, até que o Elvis [Presley] vive", ironizou.
Devido ao desmentido de Miro, João Paulo enviou o caso também para a Procuradoria da Câmara, que estudará possíveis reparos aos danos que teriam sido causados à imagem da Casa. O deputado Professor Luizinho (PT-SP), líder do governo na Câmara, divulgou nota na qual classifica a reportagem de "falsa e lamentável".


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