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JUDICIÁRIO
Servidores tentarão antecipar próxima assembléia; no interior do Estado, funcionários já voltaram ao trabalho
TJ-SP reabre negociação com os grevistas
UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
Após uma vigília de dois dias
em frente ao TJ (Tribunal de Justiça), os servidores do Judiciário
paulista, em greve há 89 dias, realizaram ontem, no final da tarde,
uma reunião com o presidente do
tribunal, desembargador Luiz
Elias Tâmbara. No encontro, foi
feita uma proposta que pode antecipar o fim da paralisação, que é
a mais longa da história.
Segundo os servidores, o TJ disse que retirará todas as punições
determinadas ao longo da greve
se, na terça-feira próxima, todos
os funcionários suspenderem a
paralisação e retornarem ao trabalho de forma organizada. Os
grevistas tentarão antecipar a assembléia estadual de quarta para
segunda-feira.
No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa do tribunal,
a proposta é diferente. "O presidente [do TJ] foi bem claro: ele
não pode voltar atrás em decisões
já tomadas. Ele se comprometeu a
tentar amenizar punições, como
processos administrativos e desconto dos dias parados", informou um assessor. O reajuste continuaria, em média, de 14,5%.
Em comunicado publicado anteontem no Diário Oficial da Justiça, o TJ determinou a abertura
de processos administrativos
contra os servidores. A medida
pode levar à demissão dos grevistas. O tribunal também decidiu
descontar os dias parados, o que
poderá ser feito por meio de férias
e licença-prêmio.
Após o comunicado, grevistas
começaram a voltar ao trabalho
em fóruns do interior do Estado.
Durante assembléia ontem, todos os 384 funcionários do fórum
de Bauru (343 km a noroeste da
capital) decidiram voltar ao trabalho, informou a Associação dos
Funcionários do Poder Judiciário.
Em São José do Rio Preto (440
km a noroeste de São Paulo), estimativa do comando grevista indica que cerca de 50% dos 670 servidores que estavam em greve voltaram ao trabalho ontem.
"A decisão de retornar ao trabalho partiu de cada servidor. As
pessoas que se sentiram amedrontadas com a atitude do TJ",
disse Leonel Ferreira Cavalcante,
integrante do comando grevista
de São José do Rio Preto.
Em Sorocaba (100 km a oeste de
SP), integrantes do comando de
greve disseram que cerca de 60%
dos quase 600 servidores do fórum voltaram ao trabalho ontem.
Em Campinas, a medida do TJ
teve efeito contrário. "Hoje [ontem] tivemos o apoio de servidores que estavam trabalhando e,
em solidariedade, resolveram
também entrar em greve após o
ato do TJ", disse Rosimeire Toledo Lisboa, delegada da Assojuris
(entidade que representa os funcionários do Judiciário).
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