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Para OAB-SP, governo não "varre" jogo com MP
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do esforço do governo
federal, nem uma medida provisória nem uma lei federal irá varrer os bingos e os caça-níqueis do
Brasil. É o que afirma o presidente
da seção paulista da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Luiz
Flávio Borges D'Urso.
Para o advogado, o governo federal terá de recorrer uma a uma
das liminares obtidas em Justiça
de primeira instância por donos
de casas de jogos.
"Nada impedirá que um juiz,
em algum ponto do país, mantenha a liminar. Portanto, caberá ao
Executivo ingressar em cada um
dos feitos judiciais na tentativa de
cassar as liminares. Não existe
medida possível do Executivo
que, no atacado, possa revogar ordem judicial ", disse D'Urso, para
quem o princípio que prevalece é
o da independência entre os Poderes. "Nenhum ato do Executivo
revoga uma ordem judicial."
Para o presidente da OAB-SP,
mesmo se existisse uma decisão
do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a ilegalidade da exploração de bingos, ainda assim donos de casas de jogos poderiam
recorrer e obter liminares garantindo o funcionamento da atividade.
"Não existe súmula vinculante.
Se o juiz de primeiro grau entender que deve conceder e manter a
liminar de funcionamento, o bingo continuará aberto, a despeito
da medida provisória do Executivo", disse D'Urso.
A teoria da súmula vinculante,
que vem sendo discutida na Reforma do Judiciário, obrigaria as
instâncias inferiores da Justiça a
acompanhar as decisões do STF.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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