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OUTRO LADO
Em resposta a 15 perguntas, prefeito afastado afirma apenas que "tudo ficará provado no final"
"Imputações são inverídicas", diz Pitta
da Reportagem Local
de Paris
O prefeito afastado Celso Pitta declarou, por meio do
secretário Antenor
Braido (Comunicação Social), que "todas as imputações são inverídicas" e que isso "ficará provado no
final das investigações". Essa foi a
resposta a uma carta com 15 perguntas sobre sua vida financeira,
encaminhada pela Folha à sua assessoria na semana passada.
O prefeito afastado afirmou que
os questionamentos feitos pela reportagem envolvem as acusações
feitas por seu filho, Victor Pitta, ao
Ministério Público estadual.
Ele disse ter sido orientado por
seus advogados, Antonio Claudio
Mariz de Oliveira e Mario Sérgio
Duarte Garcia, a respondê-las
"perante as autoridades competentes, quando for intimado".
Na última quinta, o Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo autorizou a abertura de inquérito
policial contra o prefeito afastado
para apurar eventuais crimes que
teriam sido cometidos por ele, segundo depoimentos de Victor e
da ex-primeira-dama Nicéa Pitta.
As declarações de Pitta foram
ditadas, por telefone, à Folha por
Braido. O secretário disse que a
resposta ditada era tudo o que ele
poderia dizer sobre o assunto.
Uma das questões encaminhadas dizia respeito ao pagamento
da viagem que ele fez a Paris no
início do mês. Pitta viajou sob o
pretexto de dar uma palestra no
Mipim 2000 (Mercado Internacional de Profissionais do Setor
Imobiliário), em 8 de março, às
11h30, mas chegou lá no dia 5.
My-Lao Cao, responsável pelo
departamento de imprensa do
Reed Midem Organisation -entidade que organizou o evento-,
disse à Folha que Pitta só recebeu
uma noite de hospedagem em
Cannes pela palestra. Ela nega que
a entidade tenha pago as passagens do prefeito afastado.
De acordo com pessoas próximas a Pitta, ele teria ficado hospedado no Hotel Intercontinental. O
hotel não confirma. As despesas
com diárias seriam de R$ 3.000.
Em uma das noites em que estava em Paris, Pitta jantou com a
empresária Marina de Sabrit, no
restaurante La Tour d'Argent.
Lá, um jantar que não inclua vinhos muito sofisticados não sai
por menos de 800 francos (cerca
de R$ 250) por pessoa.
A passagem aérea de Pitta, que
só viaja na primeira classe, teria
custado cerca de R$ 5.000.
A prefeitura não custeou as despesas da viagem de Pitta. As publicações do "Diário Oficial do
Município" não informam nenhuma despesa, mas revelam que
um funcionário da prefeitura viajou com ele e teve suas despesas
custeadas pelo dinheiro público.
Em 1998, o vereador José Eduardo Cardozo (PT) protocolou um
pedido de informações sobre o
pagamento das despesas de uma
viagem que o prefeito afastado
realizou para a Alemanha, em
abril daquele ano. Não obteve resposta até hoje.
(ROBERTO COSSO E
FÁTIMA GIGLIOTTI)
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