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Na TV, Dirceu critica "especuladores"
DA REDAÇÃO
Apesar do pedido do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para que
moderasse nas declarações, o ministro José Dirceu (Casa Civil)
voltou à carga ontem, apenas três
dias depois de terem sido publicadas críticas dele a governadores,
oposição e Ministério Público que
geraram fortes reações.
Em entrevista ao "Jornal da
Band", da TV Bandeirantes, Dirceu disse que os que falam da possibilidade de ele deixar o governo
estão buscando lucrar no mercado financeiro. "Muita gente ganha dinheiro com isso, porque dá
especulação na bolsa, especulação
com o dólar." O ministro também
voltou a mirar a oposição: "Quem
fala o que quer tem que aprender
a ouvir o que não quer".
Também ontem, poucos minutos após a entrevista com Dirceu,
o "Jornal Nacional", da TV Globo,
deu destaque ao relato de uma entrevista concedida pelo presidente a um jornalista da emissora.
Para o ministro, o clima criado
no país depois de ter estourado o
caso Waldomiro Diniz não condiz com a realidade. "Muitos setores estão criando um clima artificial no país de crise", afirmou. "É
um mundo absolutamente irreal.
Aqui dentro do Palácio do Planalto, se você olhar minha agenda e
ver a agenda do presidente, nós
trabalhamos normalmente."
Waldomiro foi assessor de Dirceu, como titular da Subchefia de
Assuntos Parlamentares da Casa
Civil, até a reforma ministerial no
último mês de janeiro. No dia 13
de fevereiro, foram divulgados os
diálogos de uma fita de vídeo, gravada em 2002, na qual Waldomiro aparece pedindo propina a um
empresário de jogos. Na época,
ele era presidente da Loterj (Loteria do Estado Rio de Janeiro) no
governo Benedita da Silva (PT).
O ministro avalia que o caso já
está superado. "Eu considero isso
uma página virada. Nós temos
que tocar a vida para frente." Dirceu afirmou estar tranqüilo em
relação ao que foi revelado sobre
seu ex-assessor. "Meu problema
não era de consciência, porque eu
não fiz nada de errado."
Segundo o ministro, o que tem
acontecido desde a revelação do
caso já não tem mais relação direta com o episódio. "Agora, o que
está acontecendo, já é disputa política, o que eu falei, o que eu não
falei, a reação do PSDB", disse.
Dirceu também criticou quem
fala em crise de governabilidade,
avaliação que tem sido feita até na
base governista. "Essa idéia de
que tem crise de governabilidade,
isso é um crime contra país. O governo tem maioria na Câmara e
no Senado e está aprovando [projetos]. Não é falar que tem maioria, é aprovar no Congresso."
Ao falar do endividamento do
país, o ministro reconheceu problemas. "A situação é grave, mas o
país está caminhando firmemente para sair dessa situação."
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