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PMDB diz que não deixa governo, apesar de nota
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do
PMDB, deputado Michel Temer
(SP), disse que o partido não pretende deixar o governo, como deixou transparecer em nota divulgada anteontem, nem defende a
mudança do ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda). "O que
precisa é mudar o rumo da economia", afirmou.
No Senado, o vice-líder do
PMDB, Hélio Costa (MG), discursou para dizer que a nota "expressa uma posição principalmente
da Câmara". Segundo ele, "no Senado continuamos a apoiar o governo Lula sem condicionantes".
Em nota divulgada após reunião da Executiva Nacional, na
quarta-feira, o PMDB disse que o
apoio da sigla ao governo era "subordinado a uma política que
promova o crescimento, distribua
a renda e gere emprego". Para Temer, "a posição é programática, o
PT defende a mesma coisa".
O governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
solidarizou-se com o governo federal, dizendo que é seu defensor
e defendendo a permanência de
Palocci. Pediu que as pessoas não
ajam de forma irresponsável, ao
comentar a nota divulgada. "Não
podemos ser irresponsáveis deixando a economia ser afetada."
Uma conjugação de interesses
peemedebistas resultou na nota.
A oposição, para fustigar o governo, e os governistas, por reclamarem da falta de espaço nas decisões do governo. Mas há casos específicos, como o do ex-governador Orestes Quércia, que está insatisfeito com as negociações com
o PT em torno da aliança na eleição deste ano: o PMDB queria indicar candidato a vice na chapa de
Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de
São Paulo, mas ela preferiu uma
puro-sangue, com Rui Falcão.
Além disso, Quércia quer ministro seu aliado Marcelo Barbieri.
Temer esteve por várias vezes
na alça de mira do governo, que
chegou a ensaiar sua destituição
da presidência do PMDB. Depois,
deixou correr versão de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o
indicaria a uma vaga do Supremo
Tribunal Federal. Com a crise política, o assunto foi esquecido.
A indicação de Temer para o
STF abriria espaço para o senador
Maguito Vilela, primeiro-vice, assumir a presidência do PMDB. O
senador, que apóia o governo, está insatisfeito por julgar que seus
pleitos não são atendidos. Com
representante também na Executiva Nacional, o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, cada vez mais insinua sua
candidatura presidencial.
Além da nota, um outro movimento peemedebista passou despercebido ao longo da semana: o
presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder da bancada, Renan Calheiros (AL), principais
fiadores do apoio ao governo, estavam em São Paulo enquanto o
governo era criticado no Senado.
Alegaram tratamento médico.
Embora não diga, Calheiros
também está insatisfeito com o
apoio dado pelo Planalto à emenda constitucional que permitirá a
reeleição de Sarney à presidência
do Senado.
Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre
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