a Folha Campinas

A Congregação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) deve votar hoje, às 9h, a extinção do DML (Departamento de Medicina Legal) da instituição. O DML já foi dirigido pelo médico-legista Fortunato Badan Palhares.
A decisão ocorre 72 horas depois que a Folha publicou reportagem em que é apontado erro no laudo da morte do empresário alagoano Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino.
O laudo foi feito por uma equipe comandada por Badan Palhares.
A votação seguiu parecer proposto por uma comissão de sindicância montada para apurar irregularidades no DML, a pedido do reitor da universidade, Hermano Tavares.
O parecer sugere que a Divisão de Bioética, o Laboratório de Fonética Forense e a Divisão de Medicina Legal -órgãos formadores do DML- sejam realocados em outros setores da Unicamp.
O relatório sugere ainda que, se a faculdade mantiver o DML, seja nomeado um interventor para ocupar o cargo do atual chefe do departamento, Ricardo Molina Figueiredo.
Molina questionou a participação de Fernando Ferreira Costa, ex-diretor da FCM, na comissão de sindicância.
"Ele (Costa) quis fechar o DML quando foi diretor, mas sempre apresentei argumentos que impediram isso."
Para Molina, o grande interessado no fechamento do DML é Badan Palhares, que ficaria como responsável pelos principais casos analisados pelo departamento e não seria mais seu subordinado.
Badan Palhares não foi localizado pela reportagem para comentar a declaração.
Segundo o relatório da comissão de sindicância, Badan Palhares seria ainda obrigado a devolver um microscópio que pertence ao DML e estava em seu consultório.
A Unicamp divulgou, por meio de uma nota, que a extinção do DML vem sendo discutida desde 96 pela Congregação da FCM e que o departamento não cumpriu determinações de criar um programa fixo de residência médica e recomposição do quadro docente.


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