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GOVERNO
Na Bahia, Luís Eduardo Magalhães conquistou a adesão de adversários tradicionais no PSDB, PSB e PMDB
Morte pode acirrar disputa com oposição
LUCIO VAZ
enviado especial a Salvador (BA)
A morte do deputado Luís
Eduardo Magalhães (PFL-BA) pode acabar com o processo de distensão política que o parlamentar
tentava implantar na Bahia. As
oposições temem a volta do coronelismo comandado pelo senador
Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA).
Luís Eduardo vinha conseguindo adesões de adversários tradicionais no PSDB, PSB e PMDB, visando a construção de uma candidatura com amplo apoio ao governo da Bahia.
Onde a aliança era impossível,
ele encaminhava acordos de cooperação e boa convivência política.
O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro (PSDB), tradicional adversário
do grupo carlista, confirma que
estava em entendimentos com
Luís Eduardo. Ele pergunta: "E
agora, José? Qual o projeto de Antonio Carlos?"
Jabes dificilmente apoiaria formalmente a candidatura de Luís
Eduardo, mas afirma que a sua
existência significava "mais qualidade no processo político". "Ele
queria dar uma demonstração pública de que estava implantando
um novo estilo na política da Bahia."
Para Jabes Ribeiro, a motivação
maior de Luís Eduardo era o seu
projeto pessoal de ser presidente
da República em 2002. "Ele precisava dar o exemplo em casa. Queria trazer para a Bahia o que fez no
Congresso, mostrar que adversário não é inimigo."
Luís Eduardo já havia conseguido várias adesões importantes à
sua candidatura, como os prefeitos de Barreiras, Antônio Henrique (PSDB), de Porto Seguro,
Ubaldino Jr. (PSB), e de Eunápolis, Paulo Dapé (PMDB), ex-líder
das oposições a Antonio Carlos
Magalhães na Assembléia Legislativa da Bahia.
O deputado federal Walter Pinheiro, possível candidato do PT
ao governo baiano, acha que o
grupo carlista terá dificuldade para manter os acordos fechados ou
encaminhados por Luís Eduardo.
"Haverá dificuldade. A costura de
Luís Eduardo precisa ser mantida.
Com a morte dele, fica praticamente zerado o processo."
Pinheiro acrescenta, porém, que
muitos dos acordos foram fechados devido à utilização de métodos tradicionais na Bahia, como a
promessa de liberação de recursos
para os prefeitos que aderiram.
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