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CONTRA-ATAQUE
Grupo reage à lei que ressarce por desaparecidos
Famílias de militares pedem indenização
FERNANDA DA ESCÓSSIA
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Uma espécie de contra-ataque das forças que
atuaram do lado do governo nos embates
contra movimentos guerrilheiros durante o
regime pós-64, organizado nas frentes civil e
militar, começa a tomar forma no país.
Em São Paulo, famílias que tiveram parentes vitimados por integrantes da luta armada
durante aquele período (1964-85) estão criando a Avisu (Associação das Vítimas da Subversão), para cobrar indenizações do governo
federal pelas mortes. A entidade é uma reação
à lei 9.140/95, que permitiu a concessão de
indenizações a famílias de mortos e desaparecidos políticos durante a repressão.
Do lado dos militares, uma ação de inconstitucionalidade contra essa lei está sendo gestada no Clube Militar, no Rio. Oficiais da reserva e da ativa ouvidos pela Folha nos Estados do Rio, São Paulo, Santa Catarina, Minas
Gerais e Ceará apóiam a ação, embora se manifestem contra qualquer tipo de indenização
às famílias dos agentes mortos.
Em Brasília, uma exposição de fotos e documentos inéditos sobre vítimas do terrorismo
acontecerá no Salão Verde da Câmara, no
próximo mês. Estima-se que 96 pessoas tenham morrido em atos terroristas.
Um projeto de lei em apreciação por comissões da Câmara prevê o pagamento de indenizações a parentes de civis e militares.
Organizações que denunciaram excessos do
regime militar, como o Grupo Tortura Nunca
Mais, se manifestaram favoráveis à concessão
das indenizações.
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