São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Para ex-ministro, PF é boa quando não se "acovarda"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ex-deputado federal, ex-ministro da Justiça e do STF (Supremo Tribunal Federal), Célio Borja afirma acreditar que é bom para o Brasil uma Polícia Federal que não se "acovarda" diante das autoridades.
Borja diz não saber quais os casos da Operação Navalha têm levado políticos a reclamar de eventuais excessos da PF. Por isso, é cauteloso na análise dos episódios concretos, mas não tergiversa em defender o princípio das medidas. "É absolutamente indispensável investigar pessoas que, exercendo autoridade, se desviam dos seus deveres. É um bem para o país na medida em que a Polícia Federal não se acovarda pelo fato de as pessoas serem poderosas."
Adversário da ditadura militar (1964-1985), Paulo Brossard discorda de Borja e afirma que nem durante este regime viu exageros tão grandes como os cometidos pela PF em suas operações mais recentes.
"Pega-se uma pessoa, sob uma mera acusação, e algema-se", afirma o ex-senador e ex-ministro da Justiça e do STF. "No regime autoritário, não me lembro de ter visto isso , pelo menos como regra, de algemar preso." Ele diz defender as investigações, mas com critérios. "A autoridade se fortalece cumprindo a lei e se desprestigia se abandona a lei em nome da eficiência, da publicidade."
Dalmo de Abreu Dallari, advogado, professor aposentado da USP e defensor de direitos humanos, diz que as ações da PF devem ser elogiadas.
"A única razão da grita é que os presos são autoridades", diz ele. "As medidas são absolutamente legais, necessárias, baseadas em decisões judiciais, sem violência física, com acesso imediato à defesa, mostram que não há uma aristocracia no Brasil." (LEANDRO BEGUOCI)


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