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Para ex-ministro, PF é boa quando não se "acovarda"
DA REPORTAGEM LOCAL
Ex-deputado federal, ex-ministro da Justiça e do STF (Supremo Tribunal Federal), Célio
Borja afirma acreditar que é
bom para o Brasil uma Polícia
Federal que não se "acovarda"
diante das autoridades.
Borja diz não saber quais os
casos da Operação Navalha têm
levado políticos a reclamar de
eventuais excessos da PF. Por
isso, é cauteloso na análise dos
episódios concretos, mas não
tergiversa em defender o princípio das medidas. "É absolutamente indispensável investigar
pessoas que, exercendo autoridade, se desviam dos seus deveres. É um bem para o país na
medida em que a Polícia Federal não se acovarda pelo fato de
as pessoas serem poderosas."
Adversário da ditadura militar (1964-1985), Paulo Brossard discorda de Borja e afirma
que nem durante este regime
viu exageros tão grandes como
os cometidos pela PF em suas
operações mais recentes.
"Pega-se uma pessoa, sob
uma mera acusação, e algema-se", afirma o ex-senador e ex-ministro da Justiça e do STF.
"No regime autoritário, não me
lembro de ter visto isso , pelo
menos como regra, de algemar
preso." Ele diz defender as investigações, mas com critérios.
"A autoridade se fortalece cumprindo a lei e se desprestigia se
abandona a lei em nome da eficiência, da publicidade."
Dalmo de Abreu Dallari, advogado, professor aposentado
da USP e defensor de direitos
humanos, diz que as ações da
PF devem ser elogiadas.
"A única razão da grita é que
os presos são autoridades", diz
ele. "As medidas são absolutamente legais, necessárias, baseadas em decisões judiciais,
sem violência física, com acesso imediato à defesa, mostram
que não há uma aristocracia no
Brasil."
(LEANDRO BEGUOCI)
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