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Município vive
da agricultura
do enviado especial
Tauá fica no sudoeste do Ceará.
Tem 53 mil habitantes, a maioria
vivendo da terra. Teve alguma fama na seca de 1979, quando 300
mulheres botaram para correr um
valentão do governo e o obrigaram a aceitá-las nas frentes de trabalho masculinas.
Hoje, seja qual for o critério,
Tauá é um dos municípios que teve mais saques nos últimos dois
meses. Pelas contas do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais, eles
aconteceram em 27 localidades.
Pela conta de quem passa pela estrada, só no caminho de Crateús
ainda há vestígios de seis barreiras
destinadas a parar caminhões. A
primeira foi levantada no final de
abril. A última continua lá.
Na sua delegacia, foram registradas pelo menos 19 queixas. Elas se
dividem em dois tipos: os das estradas e os das ruas. Nas estradas
já teriam sido tomadas 63 t de cereais. Nas ruas, onde é dada preferência a depósitos do governo, os
saques foram 12. A prefeitura,
duas vezes. Seis escolas públicas,
além de uma do Lions Club e outra
da associação do Banco do Brasil.
Em geral, levou-se a comida,
mas da creche Vovó Claudia sumiu o liquidificador e, numa escola do distrito de Arneiroz, sumiram também cinco aparelhos de
televisão e um vídeo. Nesse caso, a
mercadoria foi embarcada no caminhão do genro de um vereador.
Nenhuma casa comercial foi atacada e há a suspeita de que o excedente de cereais esteja sendo trocado num câmbio paralelo. Como
os carreteiros evitam o pedaço da
BR-020 que passa por Tauá, já
houve falta de arroz no comércio.
(EG)
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