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DENÚNCIA ANÔNIMA
Polícia temia
"perigo" do
avanço judaico
da Reportagem Local
Mesmo no pós-guerra, os judeus
que imigraram para o Brasil continuaram enfrentando restrições
Äainda que simbólicasÄ por
parte da polícia paulista.
É o que demonstra uma carta
anônima de novembro de 1947. O
documento se encontra no Arquivo do Estado de São Paulo, entre
os incontáveis relatórios do extinto Deops.
Dois anos depois de a Segunda
Guerra terminar e de a ditadura de
Getúlio Vargas cair, um informante da polícia chamava a atenção para o desembarque de judeus
nos portos de Santos e do Rio de
Janeiro, trazidos pelos vapores italianos Enricoe, Philippa, Andrea
Gritti e Sestrieri.
O aviso tinha um tom francamente anti-semita: "Como de
costume, fingiam-se eles (os israelitas) de católicos, usando cruzes e
santinhos em locais visíveis (tudo
hipocrisia). Na cidade de Santos,
muitos desses judeus se manifestaram (isso na intimidade) simpáticos à Rússia e ao seu credo".
Também sem se identificar, o
agente que recebeu a correspondência tratou de complementá-la
com uma observação igualmente
preconceituosa:
"Este informante de há muito
vem advertindo sobre o perigo da
colônia judaica. Ele está apavorado com o progresso dessa gente e
diz não saber por que existe displicência das autoridades, não só do
Brasil como das Américas".
(AA)
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