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PT SOB SUSPEITA
Valdemir Garreta, ex-secretário de Marta, diz que irá processar Altivo Ovando e nega que tenha tratado do assunto de Mauá
Petista atribui denúncia a motivo político
DA REPORTAGEM LOCAL
Ex-secretário de Projetos Especiais da Prefeitura de São Paulo,
Valdemir Garreta afirmou à Folha que as acusações de Altivo
Ovando Júnior têm motivações
políticas. Cita o fato de "o ex-companheiro" ter sido autor do
pedido de cassação da candidatura de Márcio Chaves (PT) à Prefeitura de Mauá no ano passado e
hoje integrar o governo de adversários dos petistas na cidade.
Também questiona o motivo de
Ovando Júnior ter esperado tanto
tempo para revelar algo que teria
ocorrido nas eleições de 2000.
A Folha deixou recados, no início da noite de anteontem, para o
ex-prefeito de Mauá Oswaldo
Dias (PT) e para o tesoureiro do
diretório municipal petista da cidade, Paulo Eugênio, mas não obteve retorno. A assessoria de imprensa da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) disse que
ela não poderia ser localizada para comentar o caso. Abaixo, os
principais trechos da entrevista
concedida por Garreta na noite de
sexta-feira, por telefone.
Folha - Qual sua posição diante
dessa acusação?
Valdemir Garreta - É mentira.
Não conheço o senhor Peralta.
Não tive nenhuma conversa com
esse senhor Altivo na Prefeitura
de Mauá sobre esse assunto. Estive em Mauá no ano de 2000 duas
vezes. A única vez que vi esse ex-companheiro estava presente
também o José Américo [atual vereador do PT e na época secretário de Comunicação de Mauá] e
nada disso foi tratado.
Folha - Então o que motiva essa
acusação na sua opinião?
Garreta - Esse ex-companheiro
[Ovando Júnior] foi o autor da
ação que cassou a candidatura do
Márcio Chaves em Mauá. Em
2004, ele foi um dos principais articuladores da candidatura do
Leonel Damo (PV), um dos adversários do PT em Mauá. Atribuo essa denúncia a uma motivação política. Se esse episódio
ocorreu em 2000, como ele relata,
porque só agora denunciou?
Folha - O sr. conhecia Altivo
Ovando Júnior?
Garreta - Ele trabalhou no governo da Luíza Erundina [prefeita
de São Paulo pelo PT entre 1989
1992]. Quando ganhamos a eleição, ele veio trabalhar na prefeitura. Ele me procurou um dia perguntando se eu poderia ajudá-lo a
ficar recebendo na prefeitura sem
trabalhar, por problema pessoal.
Eu disse que não, que não tinha
como ajudá-lo. Hoje ele ocupa a
Secretaria de Habitação no governo dos adversários do PT.
Folha - Mas existe uma doação legal ao Diretório Nacional do PT.
Garreta - Desconheço essas doações. Não fiz captação de recursos
para a campanha de Mauá e nem
de São Paulo em 2000. Não tenho
conhecimento dessas doações.
Quando fui informado pelo Diretório Nacional da reportagem [da
Folha], eles me informaram que
existem doações na ordem de R$
48 mil feitas após o período eleitoral, de novembro de 2000 e janeiro de 2001. Assim que tiver conhecimento das declarações [de
Ovando Júnior], vou processá-lo.
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