São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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PT SOB SUSPEITA

Valdemir Garreta, ex-secretário de Marta, diz que irá processar Altivo Ovando e nega que tenha tratado do assunto de Mauá

Petista atribui denúncia a motivo político

DA REPORTAGEM LOCAL

Ex-secretário de Projetos Especiais da Prefeitura de São Paulo, Valdemir Garreta afirmou à Folha que as acusações de Altivo Ovando Júnior têm motivações políticas. Cita o fato de "o ex-companheiro" ter sido autor do pedido de cassação da candidatura de Márcio Chaves (PT) à Prefeitura de Mauá no ano passado e hoje integrar o governo de adversários dos petistas na cidade.
Também questiona o motivo de Ovando Júnior ter esperado tanto tempo para revelar algo que teria ocorrido nas eleições de 2000.
A Folha deixou recados, no início da noite de anteontem, para o ex-prefeito de Mauá Oswaldo Dias (PT) e para o tesoureiro do diretório municipal petista da cidade, Paulo Eugênio, mas não obteve retorno. A assessoria de imprensa da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) disse que ela não poderia ser localizada para comentar o caso. Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida por Garreta na noite de sexta-feira, por telefone.
 

Folha - Qual sua posição diante dessa acusação?
Valdemir Garreta -
É mentira. Não conheço o senhor Peralta. Não tive nenhuma conversa com esse senhor Altivo na Prefeitura de Mauá sobre esse assunto. Estive em Mauá no ano de 2000 duas vezes. A única vez que vi esse ex-companheiro estava presente também o José Américo [atual vereador do PT e na época secretário de Comunicação de Mauá] e nada disso foi tratado.

Folha - Então o que motiva essa acusação na sua opinião?
Garreta -
Esse ex-companheiro [Ovando Júnior] foi o autor da ação que cassou a candidatura do Márcio Chaves em Mauá. Em 2004, ele foi um dos principais articuladores da candidatura do Leonel Damo (PV), um dos adversários do PT em Mauá. Atribuo essa denúncia a uma motivação política. Se esse episódio ocorreu em 2000, como ele relata, porque só agora denunciou?

Folha - O sr. conhecia Altivo Ovando Júnior?
Garreta -
Ele trabalhou no governo da Luíza Erundina [prefeita de São Paulo pelo PT entre 1989 1992]. Quando ganhamos a eleição, ele veio trabalhar na prefeitura. Ele me procurou um dia perguntando se eu poderia ajudá-lo a ficar recebendo na prefeitura sem trabalhar, por problema pessoal. Eu disse que não, que não tinha como ajudá-lo. Hoje ele ocupa a Secretaria de Habitação no governo dos adversários do PT.

Folha - Mas existe uma doação legal ao Diretório Nacional do PT.
Garreta -
Desconheço essas doações. Não fiz captação de recursos para a campanha de Mauá e nem de São Paulo em 2000. Não tenho conhecimento dessas doações. Quando fui informado pelo Diretório Nacional da reportagem [da Folha], eles me informaram que existem doações na ordem de R$ 48 mil feitas após o período eleitoral, de novembro de 2000 e janeiro de 2001. Assim que tiver conhecimento das declarações [de Ovando Júnior], vou processá-lo.


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