São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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PT SOB SUSPEITA

Mentor afirma que acusação é "absurda"

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal José Mentor (PT-SP), apontado como um dos supostos participantes do esquema de arrecadação de propina em Mauá, disse que a acusação contra ele é "absurda" e que o secretário da Habitação de Mauá, Altivo Ovando Júnior, sofreu um "distúrbio psíquico".
O deputado afirmou conhecer o secretário de Mauá "há muito tempo", desde a administração da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (1989-1992).
Mentor afirmou também que indicou Ovando Jr. para trabalhar como secretário da Prefeitura de Mauá -o que o secretário também declarou em depoimento ao Ministério Público.
"Indiquei o Tivo [diminutivo de Altivo] para trabalhar em Mauá porque ele era muito competente, já tinha trabalhado com o PT na área de arquitetura e engenharia, na gestão da Erundina. Depois, soube que ele saiu da prefeitura com muitos problemas, muito magoado com o PT. Não sei direito o que aconteceu. Mas o Tivo deve estar com algum problema", afirmou Mentor.
O deputado federal afirmou não conhecer o empresário Armando Jorge Peralta, ex-presidente do grupo Peralta. Com relação ao recibo do PT no valor de R$ 48 mil e à nota da empresa Flash Comunicação, de R$ 252 mil, que seriam indícios do pagamento da propina, Mentor declarou "nem saber de que se trata".
"O que ele [o secretário] está dizendo é um absurdo. Eu não sei de que se trata nem o motivo de ele dizer essas coisas. O Tivo disse isso agora? Mas por que será que ele resolveu falar somente agora, cinco anos depois? Bom, eu não sei, realmente não sei. Sei apenas que hoje ele trabalha para partidos que são rivais do PT em Mauá", afirmou.
Segundo o deputado federal, Ovando Jr. trabalhou também no "comecinho" da administração da ex-prefeita Marta Suplicy em São Paulo, também na área de obras. "Mas ele saiu da prefeitura porque estava com problemas, teve problemas com os colegas, tinha muitos problemas."
O deputado afirmou não ter tido acesso ao procedimento instaurado pelo Ministério Público para apurar a declaração. Disse ter sido procurado por Valdemir Garreta na noite de anteontem. "Conversamos sobre Mauá, óbvio. O Garreta também disse que essa história é um absurdo total, que não tem sentido."
Mentor foi líder do governo da prefeitura Marta na Câmara Municipal de São Paulo.
A reportagem procurou o secretário da Habitação de Mauá no trabalho e em seu celular, mas não conseguiu localizá-lo.


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