São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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OUTRO LADO

Assessoria culpa PF e não comenta

DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

A assessoria do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza informou à Folha que não poderia comentar os dados sobre sua evolução patrimonial por estar impossibilitada devido à ação da Polícia Federal no escritório de contabilidade que presta serviços ao publicitário.
Na quinta-feira passada, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório de contabilidade Prata e Castro Consultores Associados Ltda., de onde levou documentos fiscais da agência SMPB Comunicação, da qual Marcos Valério é sócio.
A equipe da Polícia Federal saiu do escritório de contabilidade, em Belo Horizonte, com quatro grandes caixas cheias de documentos fiscais e 20 discos rígidos de computadores.

Ocultação de provas
Segundo a assessoria da Justiça, a Polícia Federal requisitou o mandado na última quarta-feira com o argumento de que poderia estar ocorrendo tentativa de ocultação de provas. O pedido feito abrangia também a sede da SMPB Comunicação e a casa de Valério.
Após consultar a Procuradoria, o juiz Jorge Gustavo Serra de Macedo, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, só autorizou a busca no escritório de contabilidade.
Após as buscas, o delegado encarregado da ação, Cláudio Ribeiro Santana, disse apenas que se tratava de apreensão de documentos fiscais de Marcos Valério e da SMPB e que as investigações estão correndo sob sigilo.

Copasa e Comig
Na semana passada, quando a Folha noticiou a ação do Ministério Público Federal por ato de improbidade administrativa contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ele disse à reportagem que houve "um erro primário" por parte da Procuradoria no caso, que teria confundido patrocínio com publicidade. Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, afirmou que a contratação da SMPB pelas estatais Copasa e Comig foi absolutamente legal.
"Foram duas estatais que compraram cotas de patrocínio de três eventos esportivos. Isso foi tudo feito corretamente pelas empresas. Foi tudo feito pela SMPB porque era a empresa responsável pelo evento já por muitos anos, mesmo antes de meu governo", afirmou o tucano.
O evento a que ele se referiu é a competição de motocicletas Enduro da Independência. Pelo patrocínio no enduro, a Comig e Copasa pagaram à SMPB R$ 3 milhões.
Segundo Azeredo, a SMPB já era responsável pela promoção da corrida mesmo antes da entrada na agência do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.


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