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Ex-presidente do IRB nega
irregularidades
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Luiz
Appolonio Neto rebateu ontem as
acusações relatadas por uma sindicância interna da estatal.
De acordo com o relatório, o ex-presidente do IRB -que ocupou
o cargo entre 31 de março e 7 junho- é suspeito de irregularidade no pagamento de indenizações
de sinistro em um processo relativo à empresa Companhia de Fiação e Tecidos Guaratinguetá.
"Fui eu quem instaurei a sindicância. Nem fui ouvido a respeito
dessa situação. Um funcionário
fez acusações contra mim e não
pude me defender", afirmou.
A sindicância, que começou no
dia 30 de maio e ouviu 24 pessoas,
foi encaminhada ao Ministério
Público Federal e ao Ministério
Público do Rio de Janeiro.
Segundo o relatório, Appolonio
utilizou o cargo de diretor de Planejamento e Estratégia (que ocupava em setembro de 2004) para
pressionar o gerente de sinistros
Juan Campos Domingues Lorenzo a assinar um documento relacionado ao processo da empresa.
Conforme depoimento de Lorenzo à comissão, ele foi chamado
ao gabinete do ex-diretor técnico
Carlos Murilo Barbosa Lima e
pressionado por este e por Appolonio a assinar o documento.
Appolonio disse que, em 2004, o
diretor responsável pela área de
sinistros era o Barbosa Lima: "Esse rapaz que me acusa era subordinado diretamente a ele. Eu não
tinha qualquer intimidade, muito
menos ingerência sobre ele, para
pressioná-lo a fazer alguma coisa". Barbosa Lima não foi localizado pela Folha.
Corretoras
A mesma sindicância levanta
suspeita de improbidade administrativa e tráfico de influência
contra o diretor de Gestão Corporativa de Furnas, Rodrigo Botelho
Campos, por enviar carta ao IRB
defendendo a contratação da corretora Acordia/Assurê, de Henrique Brandão, amigo do deputado
Roberto Jefferson (PTB).
Botelho Campos confirmou ontem ter endereçado carta ao IRB,
em setembro de 2003, designando
a Assurê para intermediar a colocação, no exterior, de parte do seguro contra explosão, incêndio e
danos elétricos em dez hidrelétricas, duas termelétricas e 43 subestações da estatal.
"Foi uma indicação pró-forma,
tendo em vista que o corretor
[Henrique Brandão] nos procurou, assim como outros corretores. Não temos nenhum contrato
com a Assurê ou com qualquer
outra de suas empresas", disse
Botelho Campos. "O IRB tem o
monopólio e é quem decide, e não
Furnas", afirmou.
Segundo o relatório, a escolha
"deve ser precedida do pertinente
processo licitatório".
A sindicância concluiu que o ex-presidente do IRB Lídio Duarte e
o ex-diretor Comercial Luiz
Eduardo Lucena favoreceram três
corretoras de resseguros (Acordia/Assurê, Cooper Gay e Alexander Forbes) ao indicá-las, sem critério técnico, para intermediar a
colocação de parte dos contratos
no exterior. A Folha deixou recado para o advogado de Lídio
Duarte, Técio Lins e Silva, mas
não obteve resposta.
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