|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO MENSALÃO/O PUBLICITÁRIO
Decisão deve atrasar reforma ministerial; partido pode receber as pastas de Minas e Energia, Integração Nacional, Saúde e Cidades
PMDB discutirá oferta de Lula em convenção
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP),
disse ontem que deverá ser decidida "em nova convenção" a aceitação ou não da proposta de participação no governo feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na sexta-feira. "Ouvindo as lideranças, sinto que a maioria deseja
que essa decisão seja tomada em
nova convenção", disse Temer.
Já Lula decidiu que só deverá
realizar a reforma quando o
PMDB lhe der uma resposta oficial, pois a extensão das modificações dependerão dela. Amanhã,
Temer pretende realizar uma reunião em Brasília para discutir a
proposta de Lula. Na sexta, o presidente disse estar disposto a dar
ao partido quatro ministérios de
peso: Minas e Energia, Integração
Nacional, Saúde e Cidades. Lula
deixou aberta ainda a possibilidade de a legenda manter Previdência ou Comunicações desde que
indique substitutos para os ministros Romero Jucá e Eunício Oliveira. No total, o partido deveria
se contentar com quatro pastas.
Se a decisão peemedebista tiver
de ser submetida a uma convenção, dificilmente ela acontecerá
nesta semana, o que deverá esticar a conclusão da reforma e gerar
paralisia no governo, pois há possibilidade de as modificações no
primeiro escalão atingirem 15 dos
35 ministros. Muitos ministros
estão em compasso de espera
-Lula já tem avisado a alguns petistas que eles deverão sair.
Desde a última sexta-feira, Temer tem ouvido dos sete governadores e de dirigentes da ala oposicionista que seria desmoralizante
uma decisão da Executiva do partido permitir a ampliação do espaço da sigla no governo. Na última convenção, no ano passado, a
decisão foi pela entrega dos cargos, o que não ocorreu, pois o mérito é ainda discutido na Justiça.
Na avaliação de Lula, dobrar o
espaço do PMDB é fundamental
para superar a maior crise política
de seu governo. Lula julga o partido vital para aumentar a sua proteção no Congresso, onde há investigações sobre acusações de
corrupção no governo federal.
O PMDB tem a maior bancada
do Senado (23) e a segunda da Câmara (85 deputados). O partido
está em condições de extrair concessões de Lula, como receber
pastas e nomear toda a estrutura
principal abaixo do ministro, o
que não acontece hoje.
Na reunião de sexta entre Lula e
Temer, da qual participaram o
presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo
no Senado, Aloizio Mercadante
(PT-SP), Lula citou o nome de Silas Rondeau, presidente da Eletronorte, para as Minas e Energia.
Silas é ligado a José Sarney.
Aldo
O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, disse ontem
em São Paulo que não sabe se
continuará no governo: "Não sei
nem se permaneço no ministério". Segundo ele, a reforma é
"um assunto exclusivo do presidente" e não cabe a ele manifestar-se sobre o tema. O PC do B decidiu manter o apoio ao governo
mesmo que perca suas pastas.
Colaborou FLÁVIA MANTOVANI, da Reportagem Local
Texto Anterior: Ex-presidente do IRB nega irregularidades Próximo Texto: Sob nova direção: Dilma treinou com armas fora do Brasil Índice
|