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Para d. Jayme, democracia no país não é social
da Sucursal de Brasília
O novo presidente da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), d. Jayme Chemello, 65,
bispo de Pelotas (RS), criticou ontem a economia que gera desemprego e defendeu a criação, pelo
governo, de um "salário-mãe"
para remunerar as mulheres que
cuidam de seus filhos.
Ele também atacou a democracia brasileira. "A democracia não
é social e não pode ser feita na véspera da eleição. A igreja deve iluminar a consciência dos eleitores,
sem tomar partido."
D. Jayme quer incluir a proposta
nas sugestões que serão apresentadas na Campanha da Fraternidade
de 99, cujo tema "Desemprego...
Por quê?" foi aprovado ontem. "É
coisa bonita que as mulheres trabalhem fora para colaborar com a
sociedade. Por outro lado, quantas ficam em casa cuidando de
seus filhos? E esse é um trabalho
não valorizado pela sociedade."
Ele disse que a chamada globalização da economia deveria ser feita mais lentamente. "É fácil culpar os políticos. A culpa também é
nossa, da igreja, e da sociedade."
D. Jayme também condena os
saques e as invasões promovidas
pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ele disse que
pretende viajar ao Vaticano para
analisar o documento preparado
pela Santa Sé, que foi considerado
um elogio ao programa de reforma agrária pelo ministro Raul
Jungmann (Política Fundiária).
Nos anos 60, assessorou movimentos da Igreja Católica que
contribuiriam para o surgimento
da Teologia da Libertação. Ele é tido como um bispo diplomático,
que dialoga com os vários segmentos da igreja.
Colaborou a Agência
Folha, em Porto Alegre
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