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SENADOR SOB PRESSÃO
Relatórios sobre caso Banpará serão pedidos ao BC
Líderes decidem autorizar Supremo a processar Jader
DENISE MADUEÑO
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes dos partidos no Senado
tomaram ontem duas decisões
que acuam ainda mais o senador
Jader Barbalho (PMDB-PA): vão
autorizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a processar o senador, caso o tribunal encaminhe
pedido nesse sentido ao Senado, e
vão requisitar ao Banco Central os
relatórios que tratam do envolvimento de Jader em desvio de dinheiro do Banpará.
"A autorização [para o STF processar Jader] será quase on-line",
disse o líder do PMDB, senador
Renan Calheiros (AL). O líder do
PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), também ratificou o
apoio, defendido pela oposição.
Para que os partidos de oposição
concordassem com a licença de
Jader da presidência da Casa, os
governistas prometeram na época aprovar um pedido de licença
do STF para processar o senador.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, já adiantou
que deve encaminhar ao STF pedido de inquérito contra Jader.
Como tem foro privilegiado, Jader só pode ser julgado pelo Supremo, que é obrigado a pedir licença ao Congresso para processar um parlamentar.
Banpará
Quanto à requisição dos documentos do BC, há um pedido
apresentado pela oposição aguardando votação na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça). Os documentos devem servir de base
para um eventual pedido de cassação por falta de decoro.
Os líderes também decidiram
que vão aprovar o requerimento
relativo aos documentos do Banpará em regime de urgência no
plenário. A votação é necessária
porque se trata de quebra de sigilo
bancário. "Vamos aprovar o requerimento e todos os procedimentos que ajudarem a esclarecer
as denúncias", afirmou Machado.
A oposição quer os relatórios do
BC para fazer um cruzamento
com os discursos de Jader em plenário e levantar contradições. Caso o senador tenha mentido em
algum discurso, poderá ser processado por falta de decoro.
O líder do bloco de oposição no
Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), defendeu na reunião que os
líderes se manifestassem formalmente a favor da abertura de investigação no Conselho de Ética,
mas foi derrotado. Governistas
argumentaram que o conselho é
independente, mas que iriam
apoiar todos os procedimentos
necessários para a apuração das
acusações contra Jader. O representante do PFL na reunião, senador Eduardo Siqueira Campos
(TO), disse que o conselho não é
subordinado ao colégio de líderes.
Essa foi a primeira reunião de líderes após o afastamento de Jader. Foi convocada pelo presidente interino, Edison Lobão (PFL-MA), para estabelecer uma agenda positiva, na tentativa de tirar o
foco das acusações a senadores.
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