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Escolha teve apoio de d. Cláudio
DA SUCURSAL DO RIO
D. Eusébio Scheid não era o
candidato preferido de d. Eugenio
nem foi o mais votado na consulta
feita pela Nunciatura Apostólica.
Mas acabou indicado pelo Vaticano pela eliminação de alguns nomes e pelo aval que teve de um
grande eleitor, o cardeal d. Cláudio Hummes, de São Paulo, e do
próprio núncio apostólico, d. Alfio Rapisarda.
Sua escolha, conforme a Folha
publicou em 18 de maio, mostra
que o Vaticano optou por um nome de transição. D. Eusébio está
com 68 anos e, em tese, tem de se
aposentar, pelas regras do Vaticano, aos 75. Sete anos pode ser o
tempo necessário para o amadurecimento de uma solução mais
duradoura para uma arquidiocese tão importante.
Um nome mais novo, com a
perspectiva de uma permanência
mais longa, significaria dar ao Rio
um rumo pastoral definitivo,
mais conservador ou mais renovador, num momento em que a
própria Igreja Católica mundial
vive a expectativa do fim do pontificado de João Paulo 2º e de novos caminhos que serão indicados pelo futuro papa.
Dos nomes avaliados, d. Eusébio era o que mais se encaixava
nesta perspectiva de transição. Ele
nem é completamente afinado
com d. Eugênio e, portanto, deverá fazer mudanças, nem tem divergências pastorais ou teológicas
significativas com o antecessor.
Votação
A consulta, feita pela Nunciatura, recolheu listas tríplices de 42
eleitores, entre cardeais, arcebispos, bispos e poucos padres, freiras e leigos. O nome mais votado
foi o de d. Fernando Figueiredo,
61, bispo de Santo Amaro e famoso por abrigar na sua diocese a
maior estrela do movimento carismático no Brasil, padre Marcelo Rossi.
O segundo nome mais votado
foi o do cardeal d. Geraldo Majella
Agnelo, 67, de Salvador, seguido
de d. Alano Maria Pena, 65, de
Nova Friburgo (RJ). Dos três, o
único realmente próximo de d.
Eugenio é d. Alano.
D. Geraldo é um moderado e,
além das diferenças pastorais, não
queria trocar Salvador pelo Rio.
D. Fernando, além de novo, tem
uma ênfase na linha carismática
que não coincide com a de d. Eugênio, que abriga o movimento,
mas sem deixar que seja hegemônico.
Embora estes tenham sido os
três nomes mais votados, a lista
tríplice, encaminhada pela Nunciatura para o Vaticano em 20 de
abril, foi diferente e trazia os nomes de d. Alano, de d. Eusébio e,
em terceiro, de d. Murilo Krieger,
57, de Maringá (PR).
A escolha de d. Alano significaria a continuidade, sem qualquer
alteração, da linha de d. Eugênio.
Além disso, ele perdeu um grande
eleitor no Vaticano, d. Lucas Moreira Neves, dominicano como ele
e agora aposentado. D. Murilo,
conservador como d. Alano e d.
Eusébio, significaria a opção por
um longo pontificado neste período de expectativas e interrogações.
A Sagrada Congregação para os
Bispos, reunida em maio em Roma, acabou acatando a sugestão
do núncio no Brasil e encaminhou para o papa o nome de d.
Eusébio, que foi aceito. No relatório enviado ao Vaticano, os "jovens" d. Fernando Figueiredo e d.
Murilo Krieger foram muito elogiados e tratados como "reservas"
para próximas missões importantes da igreja no Brasil.
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