São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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D. Eugenio quer continuar na mídia

DA SUCURSAL DO RIO

O cardeal d. Eugenio Sales, que deixa a Arquidiocese do Rio, diz que não vai parar de escrever artigos para jornais e gravar programas em redes de televisão.
"Já conversei com d. Eusébio Scheid e vou continuar o mesmo trabalho com os meios de comunicação social. Há todo um auditório, no Brasil, que deve ser preservado", disse ontem.
A saída de d. Eugenio deve acontecer no dia 29 de setembro, último sábado do mês. Ele continuará morando no mesmo endereço, numa casa da arquidiocese localizada no Sumaré (no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, na zona norte), e trabalhará em um escritório na igreja Nossa Senhora da Paz, na zona sul.
Ao comentar seu trabalho nos últimos 30 anos, d. Eugênio contou que houve situações em que se sentiu incompreendido por sua atuação no regime militar, quando o acusavam de não se posicionar mais firmemente contra o governo. "Mas é gratificante ser incompreendido e saber que, dessa forma, se faz o bem", disse.
Ele se referia a sua atuação para proteger perseguidos políticos dos regimes militares da América do Sul na década de 70. "Nesse período, a atitude que eu tomei foi de total independência e de não provocar para poder salvar."
Sales assumiu a Arquidiocese do Rio no início da década de 70 sob protestos de um grupo progressista da Igreja Católica. Ele diz não ter perseguido nenhum deles. "Fiz questão de nunca ler nenhuma faixa, nunca ler nenhuma carta anônima contra mim."


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