|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Candidato nega renúncia e critica desertores
DENISE MADUEÑO
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) reafirmou ontem
que não desistirá de sua candidatura, desdenhou os candidatos do
partido que estão renunciando
por discordar de seu discurso
evangélico e atribuiu a crise em
sua campanha à falta de recursos.
Enquanto Garotinho participava da reunião da cúpula do partido para discutir as dificuldades da
candidatura, a campanha sofria
outra baixa. O candidato do PSB
ao governo do Distrito Federal,
Rodrigo Rollemberg, criticou o
viés religioso do discurso, defendeu a renúncia do candidato e
anunciou que não fará mais campanha para o presidenciável.
Rollemberg reclamou ainda que
Garotinho pede votos para o seu
adversário Benedito Domingos
(PPB), evangélico, e não o atende.
Garotinho minimizou o impacto político da renúncia do candidato de São Paulo Jacó Bittar
(PSB) e da candidata na Bahia Lídice da Matta (PSB), argumentando que eles, pelo baixo desempenho nas pesquisas, não tinham
chance de vitória.
O presidenciável negou que a
estratégia principal da campanha
seja fortalecer o apelo religioso de
seu discurso, mas confirmou a intenção de fortalecer a candidatura
no segmento evangélico, por ter
"predisposição maior" de votar
no candidato. "O candidato é
evangélico, não negará a sua fé,
mas é candidato de todos os brasileiros. Se for convidado, irei a reuniões de evangélicos e de católicos
e até em centro espírita", disse.
Garotinho afirmou que se orgulha da crise financeira pela qual
passa a campanha, dizendo estar
"livre de apoios financeiros comprometedores". O candidato
questionou o financiamento da
campanha dos adversários.
"A população deve questionar
outras candidaturas de esquerda
que não têm problemas financeiros. Eles [candidatos" devem explicar a origem desses recursos",
afirmou, sem citar nomes.
O candidato Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) foi diretamente criticado por Garotinho devido à notícia, publicada pela Folha, de que o
presidente Fernando Henrique
Cardoso apoiaria o petista em um
eventual segundo turno contra
outro candidato não governista.
"O povo brasileiro deve refletir.
O Lula é ou não é de oposição? Ou
será que mudou tanto, para que
Fernando Henrique esteja votando nele?", disse.
Texto Anterior: Campanha: Garotinho radicaliza opção religiosa para ter sobrevida Próximo Texto: Renúncia pode ocorrer até 1 dia antes da eleição Índice
|