São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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Candidato nega renúncia e critica desertores

DENISE MADUEÑO
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) reafirmou ontem que não desistirá de sua candidatura, desdenhou os candidatos do partido que estão renunciando por discordar de seu discurso evangélico e atribuiu a crise em sua campanha à falta de recursos.
Enquanto Garotinho participava da reunião da cúpula do partido para discutir as dificuldades da candidatura, a campanha sofria outra baixa. O candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, criticou o viés religioso do discurso, defendeu a renúncia do candidato e anunciou que não fará mais campanha para o presidenciável.
Rollemberg reclamou ainda que Garotinho pede votos para o seu adversário Benedito Domingos (PPB), evangélico, e não o atende.
Garotinho minimizou o impacto político da renúncia do candidato de São Paulo Jacó Bittar (PSB) e da candidata na Bahia Lídice da Matta (PSB), argumentando que eles, pelo baixo desempenho nas pesquisas, não tinham chance de vitória.
O presidenciável negou que a estratégia principal da campanha seja fortalecer o apelo religioso de seu discurso, mas confirmou a intenção de fortalecer a candidatura no segmento evangélico, por ter "predisposição maior" de votar no candidato. "O candidato é evangélico, não negará a sua fé, mas é candidato de todos os brasileiros. Se for convidado, irei a reuniões de evangélicos e de católicos e até em centro espírita", disse.
Garotinho afirmou que se orgulha da crise financeira pela qual passa a campanha, dizendo estar "livre de apoios financeiros comprometedores". O candidato questionou o financiamento da campanha dos adversários.
"A população deve questionar outras candidaturas de esquerda que não têm problemas financeiros. Eles [candidatos" devem explicar a origem desses recursos", afirmou, sem citar nomes.
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diretamente criticado por Garotinho devido à notícia, publicada pela Folha, de que o presidente Fernando Henrique Cardoso apoiaria o petista em um eventual segundo turno contra outro candidato não governista.
"O povo brasileiro deve refletir. O Lula é ou não é de oposição? Ou será que mudou tanto, para que Fernando Henrique esteja votando nele?", disse.



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