XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A CHAPECÓ

Em discurso para cerca de 3.000 pessoas que participaram de um congresso de agricultores, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou ontem que o exercício do poder não está ligado à formação escolar.
"No dia em que a gente tiver consciência, a gente vai poder ser trabalhador rural, com a mão cheia de calo, e ser vereador honesto e decente, e não os picaretas que a gente vê por esse país roubando o dinheiro do povo brasileiro", disse em Chapecó, a 600 km de Florianópolis (SC).
O petista rebateu os que vêem fragilidade na sua formação: "A sabedoria de um homem não está na quantidade de anos que ele passou na escola, mas na sua formação de berço, no caráter e no compromisso com sua família, sua cidade, seu Estado e seu país".
Lula já havia reagido com ironia anteontem, em entrevista à GloboNews, quando questionado sobre o fato de não ter voltado a estudar. Para ele, não se aprende a ser político na escola, pois é preciso saber da "problemática do país". "É uma questão de sentimento e de compromisso."
Na comemoração do Dia do Colono (como é chamado o trabalhador rural no Sul), Lula ironizou: "Sou pequeno produtor. A minha cabritada virou rebanho, tenho dois bodes e 13 cabritas. Um dia, depois de governar o Brasil, vou exportar queijo de cabra".
O petista prometeu ao candidato do partido ao governo de Santa Catarina, José Fritsch, que o Besc, banco Estadual em processo de privatização, será mantido público, caso ele seja eleito. O assunto rendeu críticas ao candidato ao Senado Orestes Quércia (PMDB-SP), aliado de Lula. "Foram transformados [os bancos" em cabides de empregos. Você pega o caso do Banespa, que criou até uma empresa que empregava amigos políticos dos governadores", disse, sobre Quércia e o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho (PTB).


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