São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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BRASIL PROFUNDO

Justiça de Roraima responde até o início da próxima semana

Promotor pede suspensão de pagamentos por procuração

ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO

GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O titular da Promotoria de Defesa da Cidadania de Roraima, Luiz Antônio Araújo de Souza, pediu ontem à Justiça a suspensão de todos os pagamentos referentes à folha do governo do Estado feitos por meio de procuração.
Em reportagem no dia 20 de setembro, a Folha revelou que, no primeiro semestre deste ano, pelo menos R$ 7 milhões em recursos públicos foram desviados dos cofres públicos utilizando como instrumento o pagamento de salário a supostos servidores por meio de procuração.
Os procuradores que sacaram o dinheiro nos caixas da empresa NSAP (Norte Serviços de Arrecadação e Pagamentos Ltda.), contratada pelo governo do Estado, em geral são parentes ou trabalham para 15 dos 24 deputados estaduais de Roraima.
"Essa ação tem dois objetivos: impedir novos pagamentos e obter documentos para esclarecer essa sanha devoradora dos cofres estaduais", declarou o promotor Luiz Antônio Araújo de Souza.
A ação -do tipo cautelar preparatória de ação de improbidade administrativa- foi distribuída para o juiz César Henrique Alves, da 8ª Vara Civel de Boa Vista.
O julgamento, pedido inicialmente em caráter liminar, deve sair no início da próxima semana, impedindo, assim, o uso indiscriminado do dinheiro -até com fins eleitoreiros, segundo o promotor.
Trabalhando em conjunto com o Ministério Público Federal no caso da chamada "folha gafanhoto", o promotor Souza está distribuindo diariamente em Boa Vista cerca de 20 notificações para tomada de depoimentos.
"Já ouvimos várias pessoas, que atestam não ter recebido o dinheiro sacado na empresa NSAP. São indícios de que há uma sangria dos recursos do Estado."
Souza está fazendo campanha nas rádios para convencer os "gafanhotos" -que oficialmente recebem o salário sacado pelos procuradores- a depor. "Eles temem represálias."


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