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CAMPO MINADO
Foi o 2º caso registrado em propriedades invadidas por famílias sem terra em menos de dez dias no Estado
Grupo faz ataque a acampamento na PB e deixa 2 feridos
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Duas pessoas, entre elas uma
criança, ficaram feridas depois
que cinco homens armados invadiram o acampamento de sem-terra Olho D'Água, em Mari (PB),
a 70 km ao norte de João Pessoa,
na tarde de anteontem.
Na invasão, uma criança foi ferida na perna e o sem-terra Gilson
Justino foi hospitalizado após ter
sido espancado.
Foi o segundo ataque de grupos
armados em áreas invadidas por
sem-terra, com feridos, em menos de dez dias no Estado.
No ataque de anteontem, Justino teria sido confundido, de acordo com a CPT (Comissão Pastoral
da Terra) da Paraíba, com o líder
sem-terra Edivaldo Martins, ao
ser espancado.
"Tudo que ocorrer será responsabilidade do ouvidor agrário,
que está avisado da guerra que
ocorre aqui", disse o advogado da
CPT, Noaldo Belo Meireles.
Ontem, o secretário de Segurança da Paraíba, Gualberto Bezerra,
anunciou que foi aberto inquérito
policial para apurar o atentado no
acampamento Olho D'Água. A
PM foi enviada ao local, mas não
tem pista dos autores.
O ouvidor agrário nacional,
Gercino José Alves da Silva Filho,
disse que está acompanhando "as
conflagrações" na Paraíba desde
junho e defendeu o uso de uma
força-tarefa para "acabar com a
violência agrária no Estado".
Ele esteve na região de Itabaiana
(sul de João Pessoa) nos dia 19 e
20 de junho. E disse ter enviado
relatório ao Conselho de Defesa
dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, em 17 de julho.
Fogo
No dia 15, doze homens armados com espingardas calibre 12 e
revólveres calibre 38 invadiram
um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra, no município de Jacaraú, a 84 km de João
Pessoa, e atearam fogo em 20 barracos. Na área vivem 52 famílias.
Os sem-terra Cláudio Rodrigues Seriarco e José Jorge da Silva
foram feridos a bala durante o
ataque. Seriarco foi baleado quando retirava do barraco uma filha
de um ano, que estava dormindo.
Os dois estão fora de perigo.
O ataque ao assentamento teria
sido comandado, segundo a Polícia Militar, pelo dono da fazenda
São José, Marcos Antônio Mota
Barbosa, preso em flagrante com
quatro funcionários. Outras sete
pessoas fugiram e não tinham sido encontradas até as 20h40.
Mota Barbosa negou, em depoimento à polícia, que tivesse comandado o ataque. Diz que apenas se defendeu dos sem-terra.
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