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Sistema de ciclos combate evasão escolar
DA SUCURSAL DO RIO
O sistema de ciclos não é uma
invenção brasileira, mas, na avaliação do Ministério da Educação
e dos formuladores da LDB (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação), cai como uma luva ao sugerir um modelo que ataca os dois
principais males da educação no
país: a evasão e a repetência.
Os índices de repetência no Brasil são absurdos se comparados
aos de países desenvolvidos ou
em desenvolvimento. Um levantamento feito pela Unesco e divulgado em 2000 mostrou que, de
um total de 16 países avaliados, o
Brasil era o que apresentava as
maiores e mais destoantes taxas.
A taxa, calculada com base nos
indicadores de 1997, ficava em
26%, mais do que o triplo da encontrada no segundo país com
maior índice de repetência, o Paraguai, onde a taxa era de 8,4%.
A repetência é a principal causa
de outro problema grave da educação brasileira: a evasão. Um
aluno que "leva bomba" na escola
tende a ficar mais desestimulado e
até a desistir de estudar.
Avaliações feitas pelo MEC com
base no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) mostram que os estudantes repetentes
têm, em média, desempenhos inferiores nas provas do que os que
nunca repetiram de ano.
Em defesa dos ciclos, o ministro
Paulo Renato Souza (Educação)
cita também análises feitas a partir de dados do Saeb que mostram
que escolas que adotam esse sistema têm, em média, notas maiores
no exame do que as que ainda utilizam o modelo seriado.
O sistema sofreu críticas no Estado de São Paulo quando a imprensa começou a noticiar casos
de alunos que, com mais de dez
anos de idade, ainda não haviam
sido alfabetizados, algo que deveria acontecer normalmente aos
sete anos.
Os defensores do sistema em
São Paulo argumentavam que
eram casos esporádicos e que esses exemplos não podiam invalidar toda uma experiência que deu
certo em diversos países desenvolvidos.
O sistema de ciclos é mais trabalhoso para o professor, pois diminui a responsabilidade do aluno
pelo seu fracasso e aumenta a da
escola, que precisa recuperar o
aluno antes que ele seja retido numa série.
(ANTÔNIO GOIS)
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