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GUERRA FEDERATIVA
Governador afirma que estipular data futura para acabar com concessão de incentivos acirrou disputa
Alckmin reage a G20 e critica guerra fiscal
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao dizer que São Paulo é um Estado "generoso", o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) reagiu
às críticas do recém-criado G20,
grupo dos 19 governadores das
regiões consideradas mais pobres
do país mais o Distrito Federal, e
disse que a postergação da data
para o término da concessão de
incentivos fiscais, pleito de alguns
desses Estados, "constitucionaliza" a guerra fiscal.
Alckmin, assim como o governador mineiro, Aécio Neves
(PSDB), é a favor de que a data para o fim da concessão dos benefícios seja anterior a 30 de setembro
com o objetivo de que sejam anulados os incentivos concedidos
recentemente por alguns Estados.
O texto da reforma da maneira
que está prevê o próximo dia 30
como término para a concessão
dos benefícios fiscais, o que permitiria, na visão dos dois governadores tucanos, um acirramento
da guerra fiscal até essa data.
"Na medida em que você colocou até 30 de setembro, você
constitucionalizou a guerra fiscal.
Nós precisamos estar unidos para
o crescimento do país e não estimular ou acirrar as diferenças regionais entre os Estados", disse.
O governador sugeriu ainda 30
de abril, quando o projeto de reforma tributária foi enviado pelo
governo federal ao Congresso, como a data para o término dos incentivos fiscais. Segundo o governador paulista, a data futura, 30
de setembro, "acendeu" a possibilidade da guerra fiscal.
"Sou favorável à criação do G27.
Acho que a reforma tributária não
pode acirrar a briga entre os Estados", disse Alckmin, que, mais
uma vez, evitou polemizar com os
demais governadores.
O tucano tem criticado nos bastidores a reforma tributária. Na
avaliação de Alckmin, com o quadro atual de recessão e a possibilidade de queda de receita para São
Paulo, a reforma deveria consistir
apenas na aprovação da prorrogação da CPMF e da DRU (Desvinculação das Receitas da
União), que permite o uso livre de
20% das receitas federais.
As discussões agora ficarão centradas no Senado, onde o governador tentará alterar a data para o
término da concessão dos benefícios, além de tentar manter a cobrança do ICMS nos Estados de
origem da mercadoria -o texto
prevê, em 11 anos, a mudança da
cobrança do imposto para o local
de destino do produto.
"Espero que o Senado aprimore
o texto. Quanto mais enxuto, melhor", declarou. Alckmin usou de
bom humor para rebater as declarações do seu colega de partido, o
governador do Ceará, Lúcio Alcântara, para quem São Paulo tem
um posição "egoísta" e "intolerante" nas discussões da reforma:
"O governador do Ceará é um homem sério, foi um bom senador.
É meu colega de profissão, médico, um bom cirurgião. Eu sou
anestesista. Só falta um doente corajoso para que nós possamos fazer uma parceria".
Segundo Alckmin, São Paulo é
"generoso" porque apenas 1,7%
dos recursos arrecadados voltam
para o Estado. "Ou seja, 98,3% ficam para a União e, por consequência, para os demais Estados."
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