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Coca-Cola abrirá
restaurante popular, diz Lula
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante seu discurso no
Council of Foreign Affairs,
ontem, em Nova York, o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva anunciou que a Coca-Cola do Brasil vai instalar
27 restaurantes populares
pelo país.
O preço das refeições, segundo Lula, deve ficar na faixa de US$ 0,30 (quase R$
0,88). Mas sem incluir o refrigerante Coca-Cola. No
prato: arroz, feijão, carne e
uma guarnição a ser definida. E um copo d'água. Os estabelecimentos serão instalados nas capitas dos Estados e atenderão apenas pessoas carentes.
As informações ditas pelo
presidente reproduzem
àquelas passadas para ele, há
cerca de três semanas, pelo
presidente da empresa no
Brasil, Brian Smith, em encontro ocorrido em Brasília.
Não dão conta, porém, de
alguns detalhes. O projeto já
existe em Porto Alegre e foi
criado pela empresa brasileira de cozinha industrial chamada Puras e pela Vonpar,
distribuidora da Coca-Cola,
com mais de 50% dos mercados do Rio Grande do Sul
e Santa Catarina.
Na implantação do projeto, a Vonpar investiu, do
próprio bolso, R$ 100 mil e
tem um custo de manutenção avaliado em até R$ 18
mil mensais, em média. Gasta isso para atender cerca de
300 pessoas por dia.
Segundo a companhia informa, o projeto nasceu "da
iniciativa de João Vontobel,
presidente do conselho de
administração da companhia, com o objetivo de proporcionar uma refeição com
qualidade à população menos favorecida".
Informada dos planos da
distribuidora no sul, a Coca-Cola se interessou pelo projeto. A companhia disse a
Lula que abrirá novos restaurantes semelhantes dentro de um projeto -classificado pela empresa como
"arrojado"- que já conta
com um nome: Prato Popular Restaurante Comunitário. O primeiro será aberto
em Belo Horizonte dentro
de 30 dias.
Para os empresários internacionais presentes à sua palestra, Lula declarou que a
iniciativa era um exemplo de
como a sociedade civil, empresários e o governo podem interagir para o avanço
de causas sociais.
A Coca-Cola diz o mesmo:
informa que o plano está
"alinhado" com os objetivos
do Programa Fome Zero. Já
a Vonpar informa apenas
que pretende "desenvolver a
responsabilidade social" na
empresa.
Colaborou CÍNTIA CARDOSO, de
Nova York
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