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São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

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Coca-Cola abrirá restaurante popular, diz Lula

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante seu discurso no Council of Foreign Affairs, ontem, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que a Coca-Cola do Brasil vai instalar 27 restaurantes populares pelo país.
O preço das refeições, segundo Lula, deve ficar na faixa de US$ 0,30 (quase R$ 0,88). Mas sem incluir o refrigerante Coca-Cola. No prato: arroz, feijão, carne e uma guarnição a ser definida. E um copo d'água. Os estabelecimentos serão instalados nas capitas dos Estados e atenderão apenas pessoas carentes.
As informações ditas pelo presidente reproduzem àquelas passadas para ele, há cerca de três semanas, pelo presidente da empresa no Brasil, Brian Smith, em encontro ocorrido em Brasília.
Não dão conta, porém, de alguns detalhes. O projeto já existe em Porto Alegre e foi criado pela empresa brasileira de cozinha industrial chamada Puras e pela Vonpar, distribuidora da Coca-Cola, com mais de 50% dos mercados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Na implantação do projeto, a Vonpar investiu, do próprio bolso, R$ 100 mil e tem um custo de manutenção avaliado em até R$ 18 mil mensais, em média. Gasta isso para atender cerca de 300 pessoas por dia.
Segundo a companhia informa, o projeto nasceu "da iniciativa de João Vontobel, presidente do conselho de administração da companhia, com o objetivo de proporcionar uma refeição com qualidade à população menos favorecida".
Informada dos planos da distribuidora no sul, a Coca-Cola se interessou pelo projeto. A companhia disse a Lula que abrirá novos restaurantes semelhantes dentro de um projeto -classificado pela empresa como "arrojado"- que já conta com um nome: Prato Popular Restaurante Comunitário. O primeiro será aberto em Belo Horizonte dentro de 30 dias.
Para os empresários internacionais presentes à sua palestra, Lula declarou que a iniciativa era um exemplo de como a sociedade civil, empresários e o governo podem interagir para o avanço de causas sociais.
A Coca-Cola diz o mesmo: informa que o plano está "alinhado" com os objetivos do Programa Fome Zero. Já a Vonpar informa apenas que pretende "desenvolver a responsabilidade social" na empresa.


Colaborou CÍNTIA CARDOSO, de Nova York


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