DE NOVA YORK

Troca de elogios e discursos sobre a importância mundial do combate à fome marcaram o encontro ontem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral das Organizações das Nações Unidas, Kofi Annan, na sede da ONU em Nova York.
Lula aproveitou a ocasião para entregar ao secretário-geral da ONU o cheque de US$ 55 mil, que ganhou do governo espanhol pelo prêmio Príncipe das Astúrias. Ao passar o cheque para as mãos de Annan, o presidente afirmou que era pouco, mas que esperava que o ato encorajasse outros países a fazerem o mesmo.
Annan afirmou que não poderia ter um parceiro melhor na luta contra a fome e que tal gesto não poderia ser subestimado. O secretário também elogiou o programa Fome Zero, implantado por Lula.
A doação de Lula será encaminhada para o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), braço da ONU para ações sociais, que deve gerenciar o Fundo Mundial de Combate à Fome, proposto por Lula durante discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU.

Mais verba contra a fome
Outra doação para o fundo partiu de um grupo de empresários de multinacionais instaladas no Brasil. Lula anunciou a Annan que essas empresas vão contribuir com US$ 1,6 milhão.
O montante será encaminhado para a instituição nos próximos dias. Entre as empresas participantes da iniciativa, estão os bancos Santander e ABN Amro, a Telecom Itália, a Telefônica, o grupo C&A e a Philips. Ao todo, são 14 empresas que fizeram doações ao programa mundial contra a fome.
Ainda no encontro, Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deram um pau-de-chuva, um instrumento musical indígena que simboliza abundância, ao secretário-geral.
O combate à fome também pautou o encontro entre a Índia, o Brasil e a África do Sul (Ibas).
Em comunicado divulgado ontem, os países anunciaram que pretendem se esforçar para reduzir pela metade o número de pessoas em situação de pobreza e fome até 2015.
A próxima reunião do Ibas foi marcada para a primeira quinzena de março do ano que vem e deve ocorrer na Índia.
Uma outra iniciativa contra a fome é o lançamento de restaurantes populares pela Coca-Cola. Segundo o presidente Lula, a empresa vai instalar 27 deles pelo país com refeições a preços baixos.


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