São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2001

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Assembléia cearense vai instalar CPI do BEC

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Caiu o último entrave para a instalação de uma CPI que investigue possíveis irregularidades em empréstimos concedidos pelo BEC (Banco do Estado do Ceará) a empresários e políticos entre 1995 e 1998, na gestão do governador Tasso Jereissati (PSDB).
A Procuradoria da Assembléia Legislativa do Ceará ontem considerou constitucional o requerimento para a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Há um mês, a oposição já tinha conseguido o número mínimo de assinaturas para aprovar a CPI, que deve ser instalada na próxima semana. A oposição calcula em R$ 1 bilhão o total de empréstimos irregulares nos três anos.
A principal expectativa é quanto ao comportamento do PPS, que terá uma cadeira na CPI e pode definir o rumo das investigações. As outras cadeiras serão ocupadas por deputados do PSDB (quatro vagas), do PSB (duas), do PT (uma) e do PMDB (uma).
O PPS sempre foi aliado ao governo, mas a tensão provocada pela candidatura de Tasso à Presidência, em oposição a Ciro Gomes (PPS), poderá influir na CPI.
Os deputados do PPS estão descontentes com a candidatura de Tasso e pregam o rompimento com o governo. Ciro tenta amenizar a situação porque isso significaria seu rompimento com o amigo. Caso o partido decida romper, será possível eleger um membro da oposição relator da CPI.
O governador Tasso Jereissati disse ontem, por intermédio de sua assessoria, que apóia a criação da CPI, desde que investigue todas as gestões do BEC, que existe há 37 anos. Essa é a posição que o PSDB defenderá na Assembléia.
"O parecer da Procuradoria foi tendencioso", afirmou o líder do partido, deputado Fernando Hugo. Ele disse que, em matéria de probidade e justeza nas ações do banco, o governo nada teme.


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