São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Sub-relator de CPI acusa PF e Biscaia de atrasar investigação de dinheiro do dossiê

ADRIANO CEOLIN
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, acusou ontem a Polícia Federal e o presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), de retardar as investigações sobre a origem de R$ 1,7 milhão que seria utilizado para a compra de um dossiê contra tucanos.
"A falta de vontade do presidente da CPI em investigar se assemelha à da PF, que faz de tudo para afastar as investigações do Planalto", disse. "A CPI está sendo orientada a dar passos de tartaruga", completou.
As declarações de Sampaio são mais um capítulo da guerra iniciada no fim de semana, quando ele e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) reclamaram a falta de informações da PF de Cuiabá para a CPI.
Biscaia rebateu as críticas de Sampaio. "Isso é deslealdade comigo. Eles [oposicionistas] estão querendo criar um fato político para influir no resultado da eleição de domingo. Todo material está à disposição de todos os integrantes da CPI".
"Mas não foi isso que aconteceu. Está faltando uma série de documentos", disse Sampaio.
Ele cita como exemplo os dados sobre as quebras de sigilo telefônico dos ex-petistas Hamilton Lacerda e Jorge Lorenzetti, além do depoimento do deputado Ricardo Berzoini .
Vice-presidente da CPI, Jungmann apresentou requerimento para que "todos integrantes da CPI" tenham acesso irrestrito à documentação da CPI. "Quero regras claras para trabalhar. Não quero depender de humores e circunstâncias", disse, sugerindo que Biscaia dificulta o acesso ao material.
Segundo Sampaio, o secretário-geral da CPI voltaria ontem à Cuiabá para buscar os documentos que faltam.
Sampaio rebateu as insinuações de Biscaia de que parlamentares estariam trabalhando na CPI como "assessores até nos fins de semana" para ajudar Geraldo Alckmin.
"Na começo da CPI, quando eu vinha [ao Congresso] no fim de semana para descobrir a participação de parlamentares no esquema, ele me aplaudia. Agora, fica aqui dois dias e volta para tomar sol em Ipanema".
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), disse que José Serra (PSDB) só irá depor depois que forem ouvidos o presidente Lula e o senador Aloizio Mercadante (PT).


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