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Sub-relator de CPI acusa PF e Biscaia de atrasar investigação de dinheiro do dossiê
ADRIANO CEOLIN
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), sub-relator da CPI
dos Sanguessugas, acusou ontem a Polícia Federal e o presidente da comissão, Antonio
Carlos Biscaia (PT-RJ), de retardar as investigações sobre a
origem de R$ 1,7 milhão que seria utilizado para a compra de
um dossiê contra tucanos.
"A falta de vontade do presidente da CPI em investigar se
assemelha à da PF, que faz de
tudo para afastar as investigações do Planalto", disse. "A CPI
está sendo orientada a dar passos de tartaruga", completou.
As declarações de Sampaio
são mais um capítulo da guerra
iniciada no fim de semana,
quando ele e o deputado Raul
Jungmann (PPS-PE) reclamaram a falta de informações da
PF de Cuiabá para a CPI.
Biscaia rebateu as críticas de
Sampaio. "Isso é deslealdade
comigo. Eles [oposicionistas]
estão querendo criar um fato
político para influir no resultado da eleição de domingo. Todo
material está à disposição de
todos os integrantes da CPI".
"Mas não foi isso que aconteceu. Está faltando uma série de
documentos", disse Sampaio.
Ele cita como exemplo os dados sobre as quebras de sigilo
telefônico dos ex-petistas Hamilton Lacerda e Jorge Lorenzetti, além do depoimento do
deputado Ricardo Berzoini .
Vice-presidente da CPI,
Jungmann apresentou requerimento para que "todos integrantes da CPI" tenham acesso
irrestrito à documentação da
CPI. "Quero regras claras para
trabalhar. Não quero depender
de humores e circunstâncias",
disse, sugerindo que Biscaia dificulta o acesso ao material.
Segundo Sampaio, o secretário-geral da CPI voltaria ontem
à Cuiabá para buscar os documentos que faltam.
Sampaio rebateu as insinuações de Biscaia de que parlamentares estariam trabalhando na CPI como "assessores até
nos fins de semana" para ajudar Geraldo Alckmin.
"Na começo da CPI, quando
eu vinha [ao Congresso] no fim
de semana para descobrir a
participação de parlamentares
no esquema, ele me aplaudia.
Agora, fica aqui dois dias e volta
para tomar sol em Ipanema".
O líder do PSDB na Câmara,
Jutahy Júnior (BA), disse que
José Serra (PSDB) só irá depor
depois que forem ouvidos o
presidente Lula e o senador
Aloizio Mercadante (PT).
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