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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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NO AR

Confuso e complicado

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Na descrição da CBN, Lula discursou para mais de mil pescadores, cunhou sua metáfora futebolística de todos os dias e puxou aplausos para o Congresso.
Garantiu que não estava apreensivo com a reforma da Previdência, que estava tudo certo no Congresso. Mas não foi bem o que se assistiu a partir de então.
Os canais de notícias Globo News e Band News, por vezes ao vivo do Senado, seguiram passo a passo o bailado de tucanos, peemedebistas e até de alguns petistas.
Uma hora se ouvia um petista dissidente tentando valorizar seu voto, afirmando que uma aprovação, se viesse mesmo a ocorrer, seria por bem pouco -e cobrando falar com Lula antes de votar.
Outra hora era o PMDB ou parte dele que fazia ameaças, culpando o PSDB.
Mais um pouco e aí eram os tucanos que, supostamente ofendidos pelos peemedebistas, falavam em obstruir a votação, parar tudo.
E assim se arrastaram, uma após a outra, as dificuldades criadas por um Congresso que, afirmou Lula aos pescadores, merece aplausos.
 
Antes de começar o embate, bem que Míriam Leitão avisou, na Globo:
- Se você está confuso com a tramitação da reforma, não é culpa sua. É que está confuso mesmo. Os acordos dos últimos dias tornaram tudo ainda mais complicado.
No fim, a votação ficou para hoje. Mais dificuldades antes da facilidades.
 
Heloísa Helena, que havia perdido o encanto para a TV, precisou verter novas lágrimas para ter a atenção das câmeras de volta.
Ainda assim, destacaram-se declarações como esta:
- Estou chorando porque mulher é assim. Graças a Deus não precisa se envergonhar de suas lágrimas.
Na observação da CBN, foi uma cena inteira "em tom de despedida".
 
O advogado pai da estudante morta em São Paulo andou por Brasília com as câmeras no seu encalço. Atacou ruidosamente o senador Eduardo Suplicy e seus projetos sociais, como mostrou a Bandeirantes.
E elogiou um senador do PL que, segundo a CBN, apresentou projeto baixando a maioridade penal para 13 anos. Disse que era muito, ainda assim: para crimes como o assassinato de sua filha, ele não quer limite de idade, pode ter menos de dez, seis, o que for.


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